Janela partidária entra na reta final com ‘debandada pragmática’ de deputados

Longe de acomodações em legendas com ideologias partidárias mais afinadas com a plataforma política, muitos tentam se abrigar em siglas que assegurem a sobrevivência nas urnas.

Foto: Divulgação/ALPB
Janela partidária entra na reta final com 'debandada pragmática' de deputados
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A ‘janela partidária’, aquele prazo para os partidos mudarem de partido sem o risco de perderem o mandato, fecha na próxima sexta-feira (1º). Apesar de alguns indecisos, o novo cenário na bancada federal da Paraíba e na Assembleia Legislativa está praticamente formado.

Dentre os federais, houve apenas duas mudanças: Wilson Santiago e Edna Henriques que foram para o Republicanos após deixar, respectivamente o PSDB e o PTB. Já dentre os estaduais, uma porteira foi aberta: apenas 12 vão continuar na mesma legenda, 15 oficializaram a troca e 9 ainda estão indefinidos. Em resumo, 66% vão aproveitar a brecha legal para fazer a mudanças.

Longe de acomodações em legendas com ideologias partidárias mais afinadas com a plataforma política, muitos tentam se abrigar em siglas que assegurem a sobrevivência nas urnas e, também, que o posicione no grupo político que deseja estar durante o processo eleitoral.

Nesse contexto, a decisão do governador João Azevêdo em deixar o Cidadania para retornar aos quadros do PSB e do presidente Jair Bolsonaro em ir para o PL deram uma boa movimentada nas cadeiras, principalmente na Assembleia.

PSB fortalecido

Após as acomodações, o PSB do governador João Azevêdo continuará o mais fortalecido na Assembleia Legislativa até o fim do ano. Nas eleições 2018, quando o partido era comandado pelo então governador Ricardo Coutinho e elegeu o atual, o PSB iniciou a legislatura com 8 deputados. Vai fechar a janela com 6. Ainda assim será a maior bancada na Casa.

No processo de definições, alguns acabaram ficando no partido com o retorno do governador ao PSB. É o caso de Buba Germano, Hervázio Bezerra, Pollyana Dutra, e Ricardo Barbosa. Este último com pretensões de sair para deputado federal.

O partido ganhou João Gonçalves, Tião Gomes e Júnior Araújo. Em contrapartida perdeu o presidente da Casa, Adriano Galdino, que foi para Republicanos e Estela Bezerra, Cida Ramos e Jeová Campos, que foram para o PT. Dos três, apenas Cida deve enfrentar as urnas para estadual. Mas ainda há a possibilidade de filiar Anísio Maia, que deve sair do PT, Wilson Filho (PTB), Branco Mendes (Podemos), Lindolfo Pires (Podemos) e Edmilson Soares (Podemos).

Republicanos

Proporcionalmente, o partido que sai mais fortalecido da janela partidária é o Republicanos. A legenda tinha apenas o deputado Jutay Menezes como filiado. Agora, soma-se a ele os deputados Adriano Galdino e Raniery Paulino, histórico nome do MDB que deixou o partido após o rompimento do senador Veneziano com o governo.

O partido também pode ganhar mais um, com a chegada de Wilson Filho. Apesar da tendência de filiação ao PSB, o parlamentar pode ingressar na legenda que abrigou o pai, o deputado federal Wilson Santiago (Republicanos).

PT e PL

Os partidos dos dois mais cotados na disputa presidencial – o PT de Lula e PL de BOlsonaro – estarão em pé de igualdade na Assembleia Legislativa após o prazo da janela. Os petistas, que eram representados apenas por Anísio Maia ganharam três filiados (Estela, Cida e Jeová).

Quem também passará a ter três representantes é o PL. Até então o partido tinha apenas o deputado Caio Roberto. Chegam à legenda o Cabo Gilberto e Wallber Virgolino.

Somem

Enquanto algumas crescem, outras se esfacelarem com o processo de mudanças de legendas. É o caso do Avante, partido que chegou a ter quatro deputados estaduais filiados e não terá mais nenhum a partir do dia 2 de abril. Taciano Diniz foi pro União Brasil, Tião Gomes e Júnior Araújo foram pro PSB; e Felipe Leitão não sabe ainda, mas pretende não ficar no Avante.

O Podemos tinha três deputados e perdeu todos: João Gonçalves, que foi para o PSB, além de Lindolfo Pires e Branco Mendes, que ainda estão decidindo a nova legenda. O PSL, antigo partido de Bolsonaro, perdeu os dois: Cabo Gilberto foi para o PL e Moacir Rodrigues tende a ir para o PSD.

JANELA PARTIDÁRIA

Assembleia Legislativa

1. Adriano (PSB) – Republicanos
2. Anderson Monteiro (PSC) – MDB
3. Edjane Panta (PP) – PP
4. Anísio Maia (PT) – indefinido
5. Buba Germano (PSB) – PSB
6. Cabo Gilberto (PSL) – PL
7. Cida Ramos (PSB) – PT
8. Doda de Tião (PTB) – indefinido
9. Érico Djan (Cidadania) – MDB
10. Taciano Diniz (Avante) – União Brasil
11. Edmilson Soares (Podemos) – indefinido
12. Eduardo Carneiro (PRTB) – Solidariedade
13.Estela Bezerra (PSB) – PT
14. Felipe Leitão (Avante) – indefinido
15. Galego de Sousa (Progressistas) – Progressistas
16. Hervázio Bezerra (PSB) – PSB
17. Jeová Campos (PSB) – PT
18. João Gonçalves (Podemos) –PSB
19. Junior Araújo (Avante) – PSB
20. Moacir Rodrigues (PSL) – PSD
21. Pollyana Dutra (PSB) – PSB
22. Raniery Paulino (MDB) – Republicanos
23. Ricardo Barbosa (PSB) – PSB
24. Wilson Filho (PTB) – indefinido
25. Inácio Falcão – PC do B – vai para o PSB
26. Caio Roberto (PL) – PL
27. Camila Toscano (PSDB) – PSDB
28. Tovar Correia Lima (PSDB) – PSDB
29. João Bosco Carneiro (Cidadania) – Republicanos
30. Branco Mendes (Podemos) – indefinido
31. Chió (Rede) – Rede
32. Walber Virgulino (Patriota) – PL
33. Manoel Ludgério (PSD) – PSD
34. Jutay Menezes (Republicanos) – Republicanos
35. Lindolfo Pires (Podemos) – indefinido
36. Tião Gomes (Avante) – PSB

Na Câmara Federal

  1. Aguinaldo (Progressistas) – Progressistas
  2. Damião Feliciano (PDT) – indefinido
  3. Edna Henrique (PSDB) – Republicanos
  4. Efraim Filho (DEM) – União Brasil
  5. Frei Anastácio (PT) – PT
  6. Gervásio Maia (PSB) – PSB
  7. Hugo Motta (Republicanos) – Republicanos
  8. Pedro Cunha Lima (PSDB)
  9. Julian Lemos (PSL) – União Brasil
  10. Ruy Carneiro PSDB – PSC
  11. Wellington Roberto (PL) – PL
  12. Wilson Santiago (PTB) – Republicanos