Com Alckmin no PSB e vice de Lula, tese de petista em palanque único na Paraíba ‘morre’

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai para o PSB para ser vice de Lula. É o desenho feito pelas direções nacionais do PT e PSB. A filiação deve ser dia 20.

Alguns petistas mais puristas resistem. Mas Lula quer e isso basta. O passado de Alckmin tucano, neoliberal, ficou para outra conjuntura da política nacional.

Dito isto, os efeitos dessa aliança vão reverberar em vários estados. Aqui na Paraíba, torna ‘natimorta’ a tese de que Lula precisa escolher entre dois candidatos e subir em um palanque único.

Tem motivos para não subir em nenhum e manter o apoio “apaixonado” dos dois candidatos e seus grupos, pelo menos no primeiro turno.

O desejo de exclusividade foi fortemente alimentado pelo grupo de petistas que apoia a pré-candidatura de Veneziano Vital (MDB).

O ex-governador Ricardo Coutinho, pré-candidato ao Sendo é um deles. Além do presidente da legenda, Jackson Macedo.

Já vinha perdendo força

Esse palanque exclusivo já tinha problemas de gestação desde sempre, mas perdeu ainda mais força após o retorno do governador João Azevêdo ao PSB, partido que está alinhadíssimo com o PT.

Azevêdo se “cobriu” de lideranças da esquerda socialista e da ala petista da Paraíba para reafirmar compromisso com o ex-presidente. Conseguiu dar o recado. E ainda disse que não está preocupado com a exclusividade que Lula poderá dar.

Com esse movimento de Alckmin, a tese parece não ter motivos de existir porque aqui gera mais conflito e agrega menos do que os petistas necessitam.

Lula não deve subir no palanque do MDB apenas porque o PT o apoia e tem um pré-candidato ao Senado, Ricardo Coutinho. Nem a “dívida” de gratidão a Coutinho parece ter força contra a realidade política que se impõe.

Também não tem motivos para ficar somente no palanque de João, no PSB, mesmo com a aliança nacional forte que se desenha. De qualquer forma, João sai no lucro com o episódio. Com o new socialista na vice, ele está, formalmente, mais perto de Lula.

Se não houver uma mudança significativa, teremos Lula nas fotos dos dois candidatos ao governo da Paraíba. Integrantes do PT já formaram a divisão.

Federação

A casadinha PT-PSB consolida uma costura importantes no chamado campo progressista. Mas esses moídos locais devem impedir que as legendas fechem um federação.

O resultado pode levar o ex-presidente a “fazer a média” com dois grupos de eleitores não só aqui na Paraíba, mas em vários estados.