Opinião: Aguinaldo Ribeiro, uma acusação que não é mais privada e os efeitos políticos

A ex-esposa acusa o deputado federal de violência física, psicológica, moral e patrimonial. O deputado nega e chama os fatos narrados por ela de inverídicos e fantasiosos. 

Foto: Rayssa Lorena

Muito se falou, ontem (11), sobre a acusação da ex-esposa do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP). A empresária Ana Rachel acusa o parlamentar de violência física, psicológica, moral e patrimonial. O deputado nega e chama os fatos narrados por ela de inverídicos e fantasiosos.

Aguinaldo enfrenta, agora, um problema que não é mais privado, pela sua natureza, e os efeitos políticos, pelo seu lugar no Legislativo brasileiro. Por causa desses aspectos, o caso foi parar nas manchetes de portais nacionais e não apenas locais.

Em outras palavras, acusações, investigações e eventuais condenações sobre violência doméstica não são mais assuntos restritos a quatro paredes. E quando envolve um dos homens mais influentes no Congresso Nacional, é potência dobrada.

Por mais controverso que seja expor aqueles que direta e indiretamente estão envolvidos, há um clamor para que se arranque da cultura brasileira a normalidade da dor feminina, dentro de casa, e o silêncio que violenta as mulheres, há centenas de anos de dominação.

O sistema de Justiça, por sua vez, precisa ser rápido para sanar eventuais dúvidas, acabar com condenações antecipadas e amenizar a violência sofrida pela mulher.

Afinal, nem os envolvidos nem a sociedade ganham com o prolongamento da guerra de versões. Geradoras, muitas vezes, de desinformação e maldades políticas.

No caso de Aguinaldo, acusações ao homem/ex-marido, inevitavelmente, atingirão o político/legislador. E aos agentes públicos da legalidade, cobra-se exemplo.

Tudo bem que, neste país, o exemplo negativo nem sempre barra políticos dos espaços de poder. Mas as cobranças continuam.