Opinião: prefeito de Cacimbas é exemplo grotesco de gestor que mistura vida pública com a privada; veja vídeo

Se não fosse a pressão da imprensa, movimentanto a opinião pública, descortinando o episódio grotesco do gestor Nilton Almeida, o pagamento de R$ 20 mil, saindo do cofres públicos, seria feito.

O prefeito de Cacimbas, no Sertão da Paraíba, desistiu de pagar a própria cirurgia com verba pública. Parece brincadeira, mas é só mais uma história real da tragédia da gestão pública brasileira.

Para piorar, o pagamento foi aprovado pelos vereadores da cidade, sem contestação. Apenas com a leitura do projeto de lei e uma aprovação por unanimidade.

Se não fosse a pressão da imprensa, movimentanto a opinião pública, descortinando o episódio grotesco do gestor Nilton Almeida, o pagamento de R$ 20 mil, saindo do cofres públicos, seria feito.

Mas não duvide, às escondidas, longe da luz da imprensa e sem oposição ativa, milhares de gestores no Brasil devem fazer isso: misturar descaradamente a vida pública com a privada. Todos pagamos.

Nesse caso, o dinheiro era do Fundo Municipal de Saúde, que muitas vezes falta ou é mal aplicado pelos gestores.

O prefeito de Cacimbbas ganha R$ 9 mil e é empresário. Provavelmente, tem uma das maiores rendas do município de 7 mil habitantes.

Em vídeo para explicar a desistência, falou em desconforto e descoberta de inconstitucionalidade do projeto a tempo. Piada. O prefeito tentou tirar dinheiro público para pagar um custo privado, articulando para legalizar o ato com apoio da Câmara. E quase passa.

Na fala, se coloca entre “o povo pobre” que é beneficiado por procedimentos “altos” financiados pelo Fundo Muncipal de Saúde.

Não me senti confortável e vetei o projeto (idealizado por ele mesmo). E tenho a humildade de vir a público  para pedir desculpas”, afirmou o gestor que passou a semana em Brasília na Marcha dos Prefeitos, onde pediam mais recursos para as gestões municipais.

Prefeito, pague um plano de Saúde e peça autorização ao plano para fazer o procedimento.

Ou faça como um cidadão comum: vá ao PSF, se consulte com um médico, se tiver um profissional na cidade, e espere uma vaga em um hospital público. O Opera Paraíba, do governo do estado, pode acelerar o procedimento. É a forma correta da população pagar por sua necessidade.

Veja expliação de Nilton Almeida: