Paraibano Marcelo Queiroga deve ser reconvocado para falar na CPI da COVID-19

Por LAERTE CERQUEIRA 

Paraibano Marcelo Queiroga deve ser reconvocado para falar na CPI da COVID-19
Sérgio Lima/Poder360

O presidente da CPI da Covid-19 do Senado, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que o depoimento do ministro da Saúde, o paraibano Marcelo Queiroga, foi uma “grande decepção”.

Em entrevista ao historiador Marco Antonio Villa, no Youtube,  Aziz disse que Queiroga será reconvocado para falar à CPI. O foco na próxima convocação será as contradições expostas entre a política do governo Bolsonaro na pandemia e as diretrizes do Ministério da Saúde.

Ao analisar o depoimentos dos dois ex-ministros (Henrique Mandetta e Nelson Teich) e do atual ministro, o presidente da CPI afirmou que há um ponto em comum: a falta de planejamento do ministério no combate ao coronavírus, em vários momentos.

Problemas na gestão que vão da falta de plano para testagem em massa, passando pela falta de um protocolo de tratamento, sem condenação ao uso de medicamentos ineficazes, chegando aos problemas na demora da compra de vacinas e no plano de vacinação.

Tratamento 

No caso do tratamento, Queiroga foi questionado em vários momentos do depoimento sobre o uso da cloroquina, mas o ministro respondeu que não poderia se pronunciar porque a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) ainda está avaliando e elaborando o protocolo de tratamento da Covid-19 e ele é a instância final, como pode decisório. A estratégia para fugir da resposta irritou os oposicionistas.

Sobre essa justificativa, o jornalista Josias de Souza, em coluna do site UOL, mostrou que nas últimas reuniões da Conitec, órgão que auxilia o ministro da Saúde na inclusão ou exclusão de “novas tecnologias” no SUS, o uso ou não da cloroquina no tratamento não foi sequer discutido. Ou seja, o assunto não está sendo debatido para que o ministro dê a palavra final, como Queiroga alegou na CPI.

“É claro no posicionamento dele que ele é contra, mas não quer magoar o chefe. E com certeza será reconvocado porque as contradições em relação à política do governo é totalmente diferente da política do Ministério da Saúde. Então ele deve ser reconvocado”, afirmou Aziz na entrevista.

Necessidade de melhorar os questionamentos 

Ainda não há data para Queiroga voltar à Comissão e o pedido de reconvocação ainda não foi oficializado.

A dica é para os senadores melhorarem as perguntas para Queiroga. Contaminados pela política, natureza da CPI, eles pediam respostas objetivas, baseadas em fatos, mas faziam perguntas mal elaboradas, que induziam o ministro a apresentar a “simples” opinião sobre as questões. Queiroga, que demonstrou habilidade, apoio-se na fragilidade das peguntas para escorregar feito quiabo, não responder e, em vários momentos, omitir a opinião como médico e, principalmente, como ministro da Saúde.