Prefeitos cobram cronograma da vacinação contra covid-19 e ‘pedem a cabeça’ de Pazuello

Por ANGÉLICA NUNES

Prefeitos cobram cronograma da vacinação contra covid-19 e 'pedem a cabeça' de Pazuello
Foto: Pedro França/Agência Senado

Depois da pressão dos governadores, agora são os prefeitos municipais que iniciaram uma pressão por respostas do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre o cronograma da vacinação contra covid-19. Na ‘linha de frente’ da gestão da saúde, compartilhando a angústia e o sofrimento da população em busca de vacinas, os gestores cobram respostas do governo Bolsonaro.

“Precisamos urgentemente vacinar a população. Enquanto outros países compraram de várias marcas, o Brasil vem ficando para trás. Ou troca o ministro ou ele tome uma posição urgentemente porque estamos tratando de uma questão crucial que é a saúde da população”, questiona George Coelho, presidente da Federação dos Municípios da Paraíba (Famup).

Ele compõe um grupo de prefeitos, representados pela Confederação Nacional dos Município (CNM), que, além de cobrar as vacinas também pedem a troca de comando da pasta. O apelo vem após a entidade ouvir relatos de prefeitas e prefeitos de várias partes de país, indicando a suspensão da vacinação dos grupos prioritários a partir desta semana, em consequência da interrupção da reposição das doses e da falta de previsão de novas remessas pelo Ministério.

Sem diálogo

Os prefeitos alegam que falta diálogo e acusam Pazuello de não acreditar na vacinação como saída para a crise e de não realizar o planejamento necessário para a aquisição de vacinas.

“Todas as iniciativas adotadas até aqui foram realizadas apenas como reação à pressão política e social, sem qualquer cronograma de distribuição para Estados e Municípios. Com uma postura passiva, a atual gestão não atende à expectativa da Federação brasileira, a qual deveria ter liderado, frustrando assim a população do País”, questiona o presidente da CNM, Glademir Aroldi.

Menos armas 

A Federação Nacional dos Prefeitos também colocou a boca no trombone nesta terça-feira (16) devido aos “sucessivos equívocos do governo federal na coordenação do enfrentamento à COVID-19, e também na condução do Plano Nacional de Imunizações”. A queixa é que ficou acordado, em um encontro com Pazuello no dia 14 de janeiro, encontros a cada 10 dias com o ministro para acompanhamento da imunização no país. Desde então, passados mais de 30 dias, nenhum agendamento foi feito.

A FNP reitera que não é momento para discutir e avançar com a pauta de costumes ou regramento sobre aquisição de armas e munições. Isso é um desrespeito com a história dos mais de 239 mil mortos e uma grave desconsideração com a população. Com razão.

Confira a nota da CNM.

Confira a nota da FNP.

Confira o que disse o presidente da Famup, George Coelho: