Servidores da Paraíba fazem ato no Centro Administrativo e na Granja por cumprimento da data-base

Os manifestantes querem que seja cumprida a data-base prevista e em lei e concedido a todos os servidores estaduais, ativos e inativos, um aumento linear de 21%.

Foto: divulgação/Aspol

Servidores públicos estaduais da Paraíba realizaram um ato público, no Centro Administrativo, no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa, na manhã desta quarta-feira (10). O movimento, organizado pelo Fórum dos Servidores Estaduais da Paraíba, é para cobrar que o governador João Azevêdo (PSB) cumpra a data-base 2024, que é em janeiro.

Durante o ato público, os manifestantes foram recebidos pela secretária Executiva da Administração, Jacqueline Gusmão, que recebeu um ofício com a demanda. Segundo Beethoven Silva, ela se comprometeu a encaminhar o documento ao titular da pasta, Tibério Limeira, para que uma resposta seja apresentada pelo governo nos próximos dias.

Ontem (9), Tibério Limeira antecipou ao Conversa Política que o governo ainda não tem resposta para a demanda das categorias. Segundo ele, “o governo está analisando os números para tratar do assunto com o Fórum”.

Após a manifestação no Centro Administrativa eles foram à Granja do Governador para tentar uma audiência com João Azevêdo. Caso não obtenham sucesso, o grupo planejar ir à Casa Civil.

Demanda dos servidores

Os manifestantes querem que seja concedido a todos os servidores estaduais, ativos e inativos, um aumento linear de 21%. Esse valor, explicou ao Conversa Política o Beethoven Silva, um dos representantes do Fórum, ligado às forças de segurança, leva em conta as perdas inflacionárias, decorrente da soma da campanha pela data-base 2023, de 16%, que não foi cumprida pelo governador, mesmo com a previsão em lei, acrescido de 5% da inflação do ano passado.

O Fórum questiona que não há argumentos para não conceder o reajuste, porque o próprio governo estaria declarando a boa situação de equilíbrio fiscal da Paraíba.

A servidora Elizabete Vale, que compõe o Fórum como representante da UEPB, disse que o estado alcançou o montante superior a R$ 17,2 bilhões, em receitas próprias e e transferências constitucionais e que no comparativo entre 2022 e 2023 houve um incremento da ordem de quase R$ 1,2 bilhão, que representa crescimento de 7,27%.

“Diante desse montante de recursos disponíveis em caixa, fica evidente que o Governo Estadual tem margem suficiente para cumprir a data-base, concedendo reajuste salarial de forma linear, inclusive corrigindo perdas inflacionárias dos últimos anos, que são de 22%; manter o equilíbrio fiscal e promover políticas públicas em prol da população paraibana”, enfatizou Vale.

Para o servidor Wagner Falcão, presidente da Associação dos Policiais Penais da Paraíba, diante da boa situação fiscal, o estado tem a obrigação de dar o reajuste não concedido ano passado, atualizada para este ano. “O governo tem que sentar sensibilizar que o patrimônio que o Estado tem de maior valia é o seu servidor e negociar”, comentou.

Outras demandas

Além da data-base, demandas isoladas de outras categorias também estão em debate na mobilização. Os médicos cobram também um aumento da gratificação por insalubridade. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos, Tarcísio Campos, atualmente é pago R$ 40, o que considera pouco para o risco que esses trabalhadores estão expostos do ponto de vista dos agentes biológicos.

“Então a gente acha que é necessário que o Governador e os seus secretários entendam que se hoje o Estado se encontra em uma situação financeira é equilibrada, se deve também ao trabalho desses trabalhadores e trabalhadoras. A gente está reiniciando o nosso movimento desde 2023 que a gente está nessa luta tentando fazer com que aconteça a mesa de negociação para que a gente tenha a valorização do trabalhador, da trabalhadora aqui no estado da Paraíba com os seus servidores que são o maior patrimônio do estado”, desabafou.