Um passo errado, agora, é colapso

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES 

Um passo errado, agora, é colapso
Foto: G1

“Já estamos certos da queda, mas queremos evitar o coice”, disse um médico da linha de frente, hoje (22), para explicar porque as medidas de restrição de mobilidade e isolamento que serão tomadas em João Pessoa, de hoje para amanhã, precisam ser certeiras.

Um passo errado, agora, é colapso
Hospital particular de João Pessoa, em 20.02.2021

O argumento é o de que os hospitais públicos e privados, na Região Metropolitana, estão no limite e ainda nem chegou a onda de contaminações do carnaval, nem das festas do fim de semana, das aglomerações clandestinas.

Hoje, foi possível ver o semblante de preocupação e tensão dos gestores, autoridades de saúde e assessores. Um deles nos disse: “a onda virou”. Uma referência ao mar aparentemente tranquilo que a administração da capital navegava.

Sem risco

O governador João Azevêdo (Cidadania) mostrou que não quer mais arriscar no “cenário” de hoje. Para ele, manter medidas duras (seguindo o plano das bandeiras), mesmo pagando um preço político, é melhor do que ser o governador que deixou o sistema entrar em colapso, com gente morrendo sem leitos. Orgulha-se de ter passado pela primeira crise, no meio do ano passado, com o sistema de saúde “em pé”, e não quer uma eventual mancha dessa segunda.

Equação

O prefeito Cícero Lucena (PP), com o peso das promessas e declarações feitas desde a campanha eleitoral aos setores produtivos (comércio e serviços), tenta um meio termo. Ele já mostrou que não quer medidas duras e rigorosas e negocia flexibilizações com o governo, que abriu espaço para “negociar”, em nome da parceria. Há quem acredite que a equação: campanhas de conscientização intensa, mais fiscalização e medidas de isolamento menos rigorosas irá resolver.

Mas todos com um consenso: um passo errado, agora, é colapso.