Cortejo de presos gera polêmica na Assembleia e na Câmara de JP

Entre críticas e voto de aplauso, ação da Polícia Militar de Patos provoca debates nos legislativos paraibanos.

A ação da Polícia Militar no fim de semana, em Patos, continua reverberando nas casas legislativas da Paraíba. Ontem, o vereador João Almeida apresentou requerimento na Câmara Municipal de João Pessoa pedindo Voto de Aplauso aos policiais que participaram da captura e desfile em público dos envolvidos na morte de um policial na cidade de Patos. O requerimento será votado hoje. O assunto também veio à tona na Assembleia Legislativa, onde a oposição aproveitou para, mais uma vez, criticar a segurança pública.

Além de defender a ação da polícia, que transportou os acusados de envolvimento no crime do policial em carro aberto, o vereador João Almeida criticou o Ministério Público, que prometeu apurar se houve excessos da polícia na exposição dos acusados. “O MP deve mover sua força para mantê-los presos e não para procurar erros na polícia por excesso de punição. É um contrassenso. Aquele desfile cívico é o que a população quer ver, onde a polícia cumpriu seu papel”, afirmou o vereador.

O vereador ainda defende que é preciso aceitar a ação “irracional da força do Estado” para tratar a marginalidade. “Tenho uma teoria, depois de 21 anos de polícia, que o Estado não tem condição de tratar, cuidar, frear 100% as ações irracionais e animalescas do ser humano usando na sua plenitude a sua racionalidade. Resumindo, não dá pra tratar com racionalidade as ações irracionais do ser humano”, disse o vereador.

O assunto também veio à tona na Assembleia. Dinaldinho Wanderley (PSDB) não questionou o posicionamento da polícia, mas atribuiu ao governador Ricardo Coutinho (PSB) a exposição dos acusados, incluindo os menores. “Houve excesso? Não. Houve dano à moral e integridade dos bandidos? Sim. Quem é o culpado? São os PMs? Não. É o governador e o secretário”, disse.

O deputado Buba Germano, líder do PSB na AL, parabenizou os policiais pelo trabalho, mas disse que não entraria no mérito do desfile. Ele criticou a oposição e a acusou de sempre arranjar motivo para criticar o governo.