CPMI marca depoimento de Carlos Cachoeira

O "empresário da contravenção" deve ser ouvido no dia 15. Comissão ainda não convocou governadores e funcionárois de comando da Delta.

Num esforço de blindagem ao governo e aliados, o plano de trabalho do relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), foca na organização de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, excluindo políticos e o comando da empreiteira Delta. Cachoeira será ouvido no dia 15.

Na lista da primeira fase dos depoimentos, aprovada em reunião da comissão, presidida por Vital do Rego Filho (PMDB), ontem, ficaram de fora o dono da Delta, Fernando Cavendish, deputados federais e três governadores, dos quais dois da base aliada, Agnelo Queiroz (PT-DF) e Sérgio Cabral (PDMB-RJ).

O governador Marconi Perillo (PSDB-GO), da oposição e citado em conversas do grupo do empresário, também foi poupado nessa primeira fase.

Odair Cunha limitou as investigações sobre a Delta à divisão regional da empreiteira no Centro-Oeste, na figura do ex-diretor Cláudio Abreu, frequente interlocutor de Cachoeira e que foi preso no dia da deflagração da operação.

A Delta é a pessoa jurídica que mais recebe recursos da União desde 2007.

"A agenda prioritária buscará caracterizar a organização criminosa do senhor Carlos Augusto Ramos", escreveu Cunha.

Minutos depois, em entrevista, ele negou tentativa de blindagem.

No calendário elaborado pelo relator, os trabalhos da CPI começam com os depoimentos dos delegados da Polícia Federal e procuradores envolvidos nas investigações das Operações Vegas e Monte Carlo, que apuraram os negócios do grupo.