Cresce pressão para pastor Marcos renunciar à presidência de comissão

Com novos protestos, a comissão, mais uma vez, não conseguiu realizar o debate previsto e Feliciano deixou a sessão.

Num dia de novos protestos, cresceu a pressão para que o pastor Marcos Feliciano (PSC-SP) renuncie à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Parlamentares de vários partidos lançaram uma frente parlamentar em defesa dos Direitos Humanos e o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), cobrou do PSC uma solução para o caso.

Com novos protestos, a comissão, mais uma vez, não conseguiu realizar o debate previsto e Feliciano ficou exatos oito minutos no comando durante a sessão ontem, em mais uma amostra da dificuldade que terá para levar adiante os trabalhos. Feliciano, porém, continua descartando a saída.

A eleição dele para comandar o colegiado tem provocado uma série de protestos de militantes de movimentos ligados a direitos dos negros e homossexuais, que o acusam de ser racista e homofóbico por causa de declarações publicadas em redes sociais. Um vídeo divulgado por um assessor de Feliciano nessa semana com ataques a deputados que o criticam e a rituais africanos acirrou ainda mais o embate, e parlamentares do PSC, incluindo o líder na Casa, André Moura (SE), pediram que ele deixasse o cargo.

Na noite de ontem, Alves anunciou que se reuniria com Feliciano para debater o tema, mas o pastor não apareceu. Moura e o vice-presidente nacional da legenda, Everaldo Dias Pereira, conversaram com o presidente da Câmara e ficaram de fazer um debate na bancada e com Feliciano.

"Fiz um apelo ao PSC e mostrei a preocupação com a comissão", disse Alves, prevendo uma solução para os próximos dias.

PERMANECE
O deputado do PSC de São Paulo recebeu conselhos de vários colegas. A maioria, como o líder do PR, Anthony Garotinho (RJ), também evangélico, recomendou que deixasse o cargo por ter conseguido "capitalizar" com o eleitorado. Feliciano, porém, resistiu.