Dilma desce a rampa, Delcídio é cassado e Temer instala governo ‘mais do mesmo’

Semana em Brasília vai ser bastante movimentada. Principal fato é a a sessão do Senado que vai decidir o destino da presidente Dilma.

Esta semana vai ser uma daquelas que receberá destaque nos livros de história. Constará nela os fatos que estão mudando o país. A presidente Dilma será afastada da presidência, por 180 dias, com possibilidade real de não voltar ao cargo. Desce a rampa do Palácio do Planalto, mais com uma pecha de incompetente do que de corrupta. Será derrotada em um julgamento político legal, com argumentos jurídicos duvidosos e controversos, segundo especialistas. A maior parte da população apóia o impedimento porque ela se tornou a responsável pelo rombo nas contas, desemprego e inflação. Dilma, de quebra, será a cabeça cortada em meio às investigações de corrupção em seu governo e de seu antecessor. O petismo segue o caminho da derrocada.

O senador Delcídio do Amaral, que já está na história como o primeiro parlamentar dessa linhagem preso, será cassado. Delcídio não é mais um. Era o líder do governo do PT no Senado, que numa delação não economizou nos alvos. Colocou combustível no processo de impedimento da presidente e acabou a imagem de bom moço de “paladinos” da moralidade. Delcídio presta um serviço ao país ao escancarar como funcionam e funcionaram, entre outras irregularidades, alguns esquemas de pagamento de propina, repasse de dinheiro para campanhas – recurso que se torna legal ao ser declarado ao TSE. Vai ser rifado porque falou demais, sabe demais e pode levar mais gente com ele. Na sessão que pode cassá-lo querem impedir que ele fale. Já sabem o motivo, não é?

Temer negocia base

Na metade da semana o vice- presidente Michel Temer instala um governo “mais do mesmo”. Começa com um dilema: precisa de base política e, ao mesmo tempo, do apoio popular. Ter os dois ao mesmo tempo não é fácil. Por isso, se no início sinalizou para a mudança. Agora, já retoma velhas práticas. Não fará um governo de notáveis porque eles não dão voto no Congresso. Fará mais uma vez a política do balcão de negócios, método que até “ontem”, quando o governo tentava barrar o impeachment, foi condenada. Não vai cortar ministérios como disse – no máximo três. Os milhares de cargos à disposição só mudarão de mão. Saem petistas, ganham mais braços os peemedebistas, progressistas, tucanos, socialistas e integrantes do Solidariedade, entre outros.

A velha distribuição

O PSD do ex-ministro de Dilma, Gilberto Kassab, quer o ministério das Cidades. É ano de eleição municipal e os prefeitos estão lá. Melhor impossível. O PSDB também já se escalou para vaga. Bruno Araújo é o nome escolhido.  O Ministério de muito dinheiro e bom para fazer negócios políticos. E olha que os tucanos não queriam nada. Imagine se quisessem. O PP, outra cabeça do sistemático esquema de corrupção revelado pela Lava Jato, quer o riquíssimo Ministério da Saúde para Ricardo Barros. Temer tem que dar. São mais de 40 parlamentares na Câmara. O PSB, onde socialistas de direita fazem morada, também quer uma parte da fatia: o Ministério da Integração. A conversa é a mesma de ajudar o país.

Para desmoralizar ainda mais aqueles que foram às ruas querendo mudança, o governo Temer vai ter no comando quem já estava se lambuzando com a gestão petista, quando ela quebrou nossas contas. Os copartícipes da derrocada, que saíram ilesos da degola da presidente Dilma. Na lista: senador Romero Jucá (RR), o ex-ministro e senador Edison Lobão (MA) e o senador Valdir Raupp (RO), Henrique Alves (RN), Gedel Vieira Lima (BA). Enfim, a mudança é brasileiríssima. Com jeitinho tupiniquim. Não sei se o sentimento é de raiva, revolta, vergonha ou se é melhor aceitar para doer menos.

A POLÍTICA POR AQUI

Refletindo

O vereador Raoni Mendes (DEM) ainda pensa no custo-benefício de trocar uma reeleição certa na CMJP por uma possível, mas arriscada, vaga de vice-prefeito de JP, na chapa encabeçada Cida Ramos (PSB).

Reafirmando

O senador José Maranhão (PMDB) não contava com a interpretação de sua fala e tratou de emitir nota reafirmando a candidatura do deputado federal Manoel Junior (PMDB) à prefeitura de JP.

Oferecendo

Maranhão, numa entrevista, deixou aberta a possibilidade de mudar o nome do candidato a prefeito de JP do PMDB, caso Manoel não prove inocência na Lava Jato. Alguns socialistas já se ouriçaram e ofereceram a vice de Cida.

Hemodiálise

Por que a prefeitura de João Pessoa ainda não colocou as máquinas de hemodiálise que estão no hospital Santa Isabel para funcionar? Os equipamentos novíssimos estão se estragando. Em breve, a campanha eleitoral chega por lá.

Divergência

Regimento Interno da CMJP diz uma coisa e o próprio regimento diz outra sobre abertura e instalação de CPI. A divergência gera interpretações e a Justiça, talvez, tenha que decidir sobre o arquivamento da CPI da Lagoa. A oposição já providencia o embate.

Do MPPB e MPF

O MPPB e o MPF definiram as datas e o local dos três ‘Encontros Eleitorais – Eleições Municipais 2016’. O primeiro evento acontece no dia 9 de maio, no auditório do edifício-sede do MPPB, em JP. O segundo será em junho e o terceiro em julho. 

Capacitação

Nesse primeiro encontro, serão reunidos os 77 promotores de Justiça que irão atuar nas eleições municipais de outubro com a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE).