Discurso de Weick não convence e AL pode fazer novas convocações

Oposição disse que explicações de Marcelo Weick não convenceram nem a situação. Assis Almeida e Edísio Souto devem ser convocados para esclarecer o caso.

Phelipe Caldas

A bancada de oposição na Assembleia Legislativa da Paraíba declarou no início da tarde desta terça-feira (18) que o secretário-chefe da Casa Civil do Governo da Paraíba, Marcelo Weick, não convenceu em suas declarações sobre o parecer que deu quando ainda era procurador-geral do Estado e que beneficiou em R$ 12,5 milhões o Moinho Dias Branco. O discurso unânime entre os oposicionistas é que Weick ficou isolado e não conseguiu convencer nem mesmo seus colegas de Governo.

O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Arthur Cunha Lima (PSDB), declara taxativamente. "Não estou satisfeito. Ficou claro que Weick está sozinho em suas explicações, porque ele não foi acompanhado por nenhum outro integrante do Governo", declarou.

Ele defendeu ainda uma ampla investigação e lembrou que o consultor jurídico do Governo da Paraíba, Assis Almeida, chegou a sugerir a abertura de uma sindicância para apurar o caso. "Esta seria uma boa opção", opinou.

O deputado estadual Lindolfo Pires (DEM), autor da convocação de Weick à AL foi na mesma linha. "O novo procurador-geral do Estado anulou a sua decisão, o consultor jurídico não reconheceu o seu parecer alegando que tinha sido feito de forma errada, o presidente do Sindifisco falou que ele não poderia ter pedido a avocação, o presidente do SindiFisco disse que se sentiu enganado e o próprio secretário da Receita disse que em 81 anos da Receita isto nunca tinha acontecido. Então fica comprovado que nem dentro de casa ele foi convincente", ironizou o parlamentar.

Ele defende agora novas convocações, sendo que desta vez a do procurador Edísio Souto e o do consultor jurídico Assis Almeida. Sobre este último, Lindolfo disse que ele tem "um parecer fulminante contra Weick".

Princípio da Minoria

Em sua defesa, o hoje secretário-chefe da Casa Civil, Marcelo Weick, invocou o "princípio da minoria" para justificar seu posicionamento. Weick diz que no direito as divergências são normais e que ele acata as diferentes opiniões com muita naturalidade e humildade.

"Como gestor público eu tinha a obrigação de me posicionar diante da divergência existente. Mas eu sempre soube que a minha decisão estava passível de recurso e de contestação. Afinal, ninguém é dono da verdade", concluiu.