Governador quer transformar prefeitura em puxadinho do Palácio, diz Manoel Jr.

Deputado comentou que candidatura de Cida Ramos não muda sua trajetória de campanha. Ele também rebateu acusações da Lava Jato.

O deputado federal Manoel Júnior (PMDB) criticou a candidatura do PSB em João Pessoa e afirmou que o governador Ricardo Coutinho vai fazer da prefeitura da capital uma extensão do governo estadual. "O governador quer transformar a prefeitura de João Pessoa num puxadinho do Palácio da Redenção", cravou. O deputado foi entrevistado na manhã desta terça-feira (3) na rádio CBN, onde também esclareceu o motivo de seu nome estar num inquérito da Lava Jato que investiga suposto esquema parlamentar para beneficiar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).

O pré-candidato peemedebista a prefeito de João Pessoa afirmou que a pré-candidatura da secretária Cida Ramos pelo PSB não muda em nada a própria trajetória de campanha e que acredita que, como aconteceu com o secretário João Azevedo, a nova candidata socialista não emplaca. Manoel afirmou que continua tentando atrair o PSDB e outros partidos para uma aliança. Afirmou ainda que está elaborando um plano de governo que seja possível executar. "Para não ser uma peça de ficção", completou.

Ele voltou a afirmar que, por enquanto, não vai pedir licença do cargo de deputado federal para se dedicar inteiramente à campanha. Vai fazer campanha, nesse primeiro momento, entre quinta e segunda. Não descartou, no entanto, tirar licença mais próximo da eleição. O deputado acredita que a investigação na Lava Jato não vai manchar o nome dele na campanha porque espera que os fatos sejam esclarecidos com rapidez.

 

Acusações e defesa

Manoel Júnior será um dos investigados na Lava Jato sob acusação de atuar em conjunto com outros colegas para achacar e pressionar um grupo empresarial, por meio de requerimentos apresentados na Câmara. O objetivo, segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, era beneficiar um corretor de seguros, ligado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Além de Júnior, outros sete políticos são investigados no suposto esquema.

Em nota, ele disse que não é verdadeira a afirmação de que tentou pressionar quem quer que seja. Os requerimentos foram feitos após várias denúncias na imprensa nacional sobre o assunto. Disse ainda que sempre foi e sempre será entusiasta da operação Lava Jato e espera que as investigações ocorram dentro de parâmetros legais, com base em fatos concretos, para que surtam o efeito desejado por toda a população.