Alvo de denúncias do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), que em sua última inspeção diagnosticou 110 irregularidades no local, o Hospital Regional de Patos, no Sertão paraibano, vai passar por um realinhamento dos serviços, anunciado ontem pelo secretário de Estado de Saúde, Waldson Souza. A primeira mudança foi publicada no Diário Oficial de ontem, que trouxe a exoneração da diretora da unidade, Sílvia Ximenes. No lugar dela, passa a comandar o hospital o médico Adilson Albuquerque, até então diretor técnico da unidade.
Outra medida determinada pelo secretário para reduzir as filas é a abertura de um serviço para atender pacientes egressos das áreas de traumatologia, ortopedia e cirurgia geral. Durante dois dias da semana, o serviço receberá pacientes que passaram por procedimento cirúrgico na unidade e precisam receber avaliação médica. “Dentre as principais mudanças, a secretaria atua, neste momento, fortemente nas áreas administrativa e técnica, com foco no planejamento completo da unidade, articulado com toda a região de saúde”, afirmou.
Desde o dia 29 de dezembro, quando um idoso de 83 anos morreu no hospital após ter alimentação injetada no acesso venoso destinado ao soro, o Hospital Regional de Patos vem enfrentando várias denúncias. A última delas, a respeito de um possível erro médico, está sendo apurada pela direção da unidade. No último domingo, um homem de 27 anos morreu na unidade, menos de 24 horas depois de ser atendido no hospital e receber alta.
Eldivan Gomes de Souza foi atendido no sábado e teria sido medicado para um quadro de dengue. No dia seguinte, ele retornou à unidade com os sintomas agravados e, horas após ser internado, morreu.
A família denuncia que pode ter havido erro no diagnóstico, o que teria agravado os sintomas e provocado o óbito. A causa da morte ainda não foi identificada e o corpo passou por exames em João Pessoa, que vão apontar o que realmente ocorreu. Os laudos devem sair em até 30 dias.
Ainda sobre o hospital, o secretário de Saúde não descartou novas mudanças na unidade. “Estamos analisando todas as áreas, desempenho de cada setor e, aonde for preciso, mexeremos sem a menor distinção. Não há a menor possibilidade de manter alguém sem desempenho técnico adequado”, assinalou.
