Lula é intimado a prestar novo depoimento na segunda-feira

Assessoria do ex-president avalia a possibilidade de ele não viajar a Brasília, valendo-se da prerrogativa de pedir para depor na cidade onde reside.

O ex-presidente Luiz Inácio Inácio Lula da Silva foi intimado a depor na próxima  segunda-feira (25), em Brasília, no âmbito da Operação Zelotes, que investiga compra de medidas provisórias durante seu governo.

Sua assessoria jurídica avalia, no entanto, a possibilidade de ele não viajar a Brasília, valendo-se da prerrogativa de pedir para depor na cidade onde reside. Nesse caso, Lula terá que pedir a remarcação do depoimento para que ocorra em São Paulo.

Segunda-feira, data programada para o depoimento, é aniversário da cidade de São Paulo e feriado municipal. No último dia 6, Lula prestou depoimento na condição de testemunha, também na Zelotes.
O petista foi intimado dentro da ação penal derivada do inquérito 1.424, que apura se medidas provisórias editadas em atendimento a interesses das montadoras. Ele falou a agentes da Polícia Federal por três horas e meia, e disse que as medidas provisórias atendiam a interesses de Estados, como Bahia, Pernambuco e Goiás. Procurada, a assessoria de Lula da Silva não se manifestou sobre a intimação até as 18h30.

Em nota divulgada após o primeiro depoimento na Zelotes, o Instituto Lula ressaltou que o ex-presidente não é investigado na operação e afirmou que as medidas provisórias "resultaram de reivindicações e diálogo com lideranças políticas, governadores, sindicalistas e empresários, amparadas em exposições de motivos ministeriais que levaram em conta a geração de empregos, renda, incorporação de tecnologia e arrecadação para os Estados em decorrência dos incentivos federais".

DILMA

O juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela condução dos processos relativos à Operação Zelotes, informou que ela poderá responder por escrito se tem algo a declarar sobre os fatos apurados na ação penal em que foi arrolada como testemunha. Se houver uma resposta negativa, a presidente poderá ser dispensada de responder perguntas relativas ao caso.
Um dos réus do processo, aberto para apurar suposta "compra" de medidas provisórias, arrolou Dilma como testemunha por ela ter sido a ministra-chefe da Casa Civil entre 2009 e 2010, época em que a MP 471, alvo de suspeitas, foi debatida e aprovada no Congresso.
As MPs passam pela análise da Casa Civil antes da assinatura presidencial.