Milanez diz que é contrário à CPI dos livros na Câmara

Ele considera a denúncia do empresário Daniel Gonçalves “gravíssima”, e disse que, havendo provas, deixa os governos – da capital e do Estado – no mínimo “em uma situação incômoda”.

O líder da oposição, vereador Fernando Milanez (PMDB), considera a denúncia do empresário Daniel Gonçalves “gravíssima”, e disse que, havendo provas, deixa os governos – da capital e do Estado – no mínimo “em uma situação incômoda”, destacando como indícios da suposta irregularidade o pagamento do dinheiro por agência do município de Taperoá, e sobretudo através de cheques. “Por que o dinheiro foi descontando em Taperoá, e por que em cheque?”, questionou Milanez. “No serviço público não se pode pagar em cheque. É de estranhar o gerente do banco ter esse dinheiro em uma agência pequena. E por que a Prefeitura não depositou na conta da empresa?”, indagou.

Milanez observou, contudo, que apesar da oposição fazer o seu papel de denunciar, é contrário à instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), porque ou geralmente “termina em pizza” ou antes disso, aqueles que propõem a CPI são “tratorados”. “Quem tem que entrar nesse papel, de investigar e punir, é o Ministério Público, estadual e federal, e a Justiça, porque a verba é do Fundeb”, opinou. Por parte da Câmara, já está proposta uma audiência pública, para que os denunciantes apresentem as provas e os acusados possam se explicar.

Milanez lembrou que a oposição já fez diversas denúncias de supostas irregularidades da Prefeitura de João Pessoa, como a venda da fazenda do Cuiá, a desapropriação do Aeroclube, a terceirização da merenda escolar para a SP Alimentação, a contratação de empresa de propriedade de um gari e a contração de Organização Social (OS) para assumir serviços públicos. “A sociedade hoje está esperando uma resposta da Justiça. Esse caso dos livros é muito sério. O MP está acompanhando tudo, não adianta imaginarmos que isso não está sendo mapeado em Brasília”, disse. Informações extraoficiais dão conta de que o Ministério Público Federal teria aberto procedimento sobre o assunto, mas o setor jurídico só pode dar a confirmação na próxima semana.