O PAC da (i)Mobilidade 3 anos após ser lançamento por Dilma

Três anos separam o discurso otimista da presidente Dilma Rousseff (PT) no lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a mobilidade, em 2012, e a data de hoje. A promessa era ambiciosa: revolucionar o transporte público nas grandes cidades. Passado todo esse tempo, os moradores de João Pessoa e Campina Grande não viram sair do papel os projetos para a implantação do Bus Rapid Transit (BRT) e do segundo anel viário, respectivamente.
Dos R$ 32 bilhões anunciados pela presidente para o programa, R$ 356 milhões seriam destinados à Paraíba para melhorar a mobilidade nas duas maiores cidades, incluindo a região metropolitana de João Pessoa. De tudo o que foi anunciado no Palácio do Planalto em abril de 2012 para o Estado, apenas dois dos oito trens previstos no projeto de implantação do VLT (veículo leve sobre trilhos) estão em funcionamento.
A Companhia Brasileira de Transporte Público (CBTU), responsável pelos VLTs, explicou através da sua assessoria que houve um atraso inicial no repasse dos recursos, mas que o governo federal já regularizou as parcelas. Atualmente, a empresa Bom Sinal está trabalhando na montagem de mais dois trens, que deverão ser integrados ao sistema até o final do ano. O projeto ainda prevê a construção de duas estações, uma em Bayeux e outra na praia do Jacaré, em Cabedelo, que já estão em fase de licitação.
De acordo com o Ministério das Cidades, das oito intervenções necessárias para a consolidação do sistema de BRTs na capital, apenas uma está contratada com o governo federal, mas ainda aguarda a entrega do projeto pela prefeitura, com previsão de início da obra para fevereiro de 2016. Trata-se de um dos corredores da Rede Integrada de Corredores. Os demais projetos ainda estão em fase de contratação, não podendo se estimar, sequer, prazo para início das obras.
O prefeito Luciano Cartaxo (PT) admite que a prefeitura está segurando o projeto dos BRTs, porque teme que o governo federal não libere os recursos necessários para iniciar e concluir a obra. “Mesmo com o projeto pronto e com o recurso teoricamente definido pelo governo federal, há esse contingenciamento, onde não temos a garantia da liberação dos recursos. Assim, vamos ter que aguardar para 2016”. Outra preocupação do gestor é a atualização do orçamento, cujo valor seria de R$ 188 milhões. O superintendente da Semob, Roberto Pinto, foi procurado pela reportagem para esclarecer o andamento dos projetos, mas, apesar dos três dias de insistência da equipe, ele se omitiu da responsabilidade de responder aos questionamentos.

Otimismo no lançamento do programa

Ainda embalada pela esperança de fazer bonito na Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff (PT) prometeu revolucionar o transporte coletivo nas maiores cidades. Exigiu apenas que os prefeitos encaminhassem bons projetos para o Ministério das Cidades

BRT de João Pessoa

Através do sistema de BRTs, o PAC da Mobilidade prometia reestruturar o sistema de transporte público de João Pessoa, priorizando a circulação dos ônibus através de faixas exclusivas nos principais corredores da cidade e de três terminais de integração e um terminal metropolitano. O projeto de BRTs prevê intervenções nos corredores Cruz das Armas, 2 de Fevereiro, Pedro II e Epitácio Pessoa, que ganharão faixas exclusivas para ônibus e estações de transbordo modernas junto ao canteiro central

Anel Viário de
Campina Grande

O segundo anel viário de Campina Grande terá uma extensão de 17km, interligando 21 bairros (sem passar pelo centro da cidade). O anel contará com pista dupla, ciclovia, calçadas com acessibilidade integral, iluminação, praças e arborização


VLT de João Pessoa

A CBTU planejava comprar oito Veículos Leves sobre Trilho, mas conseguiu adquirir apenas dois. Outros dois estão em processo de montagem. Dos R$ 168 milhões previstos inicialmente para a implantação do VLT, o governo já investiu cerca de R$ 84 milhões