Partidos atraem novos filiados na reta final

Para disputar o pleito do próximo ano, partidos começam a atarir filiados e realizar encontros; PSDB anuncia adesões.

A praticamente duas semanas do final do prazo para troca de partidos com vistas às eleições de 2014, os partidos atraem filiados. Na próxima segunda-feira, por exemplo, lideranças políticas que pretendem disputar o pleito do próximo ano irão se filiar ao PSDB, durante encontro que vai acontecer na sede da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), em João Pessoa.

Segundo o presidente do diretório estadual da legenda, deputado federal Ruy Carneiro, por estratégia política, alguns nomes ainda são mantidos em sigilo.

Entre os novos filiados estão o ex-prefeito de Sousa Fábio Tyrone, que deixa o PTB e, a convite do senador Cássio Cunha Lima, ingressa no PSDB; o ex-deputado Quinto de Santa Rita, que deixa o PSD; Emerson Panta e o doutor Galileu, suplente de deputado. Recentemente, ingressaram no ninho tucano o ex-candidato a prefeito de Patos Dinaldo Filho e ex-deputado Dunga Júnior.

Ventila-se que deputados estaduais podem entrar no partido, dentre eles, José Aldemir (PEN) e Branco Mendes (PEN), mas os parlamentares não confirmam. “A maioria vai ser anunciada na segunda-feira, alguns estão sendo mantidos em sigilo porque estamos conversando, fazendo convites”, explicou Ruy Carneiro. O evento de filiação vai contar com a presença do deputado federal Ruy Carneiro e dos senadores Cássio Cunha Lima e Cícero Lucena, além de filiados e lideranças políticas.

“Vamos anunciar a filiação de nomes tradicionais da política da paraibana, políticos testados e aprovados nas urnas, mas também vamos anunciar a chegada de novos quadros que pavimentarão o PSDB do futuro”, antecipou Ruy.

Por sua vez, o senador Cássio Cunha Lima disse que a chegada de novas lideranças acontece em um bom momento, pois o partido começa uma nova etapa de projetos políticos para o Brasil e para a Paraíba.

“Este projeto se conta com adesão, solidariedade, participação, engajamento. E podem fazer como nós, aqueles que acreditam no caminho da política, de transformação e mudança para o bem e melhoria da qualidade de vida das pessoas", ressalta o senador tucano.

NANICOS RECEBEM EX-DEPUTADOS

Ex-deputados paraibanos estão optando por partidos ‘nanicos’ para aumentar as chances de voltar aos cargos na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) ou na Câmara Federal. Eles estão de olho no quociente eleitoral e querem evitar a concorrência interna das grandes legendas. A estratégia é para conseguir se eleger com um número menor de votos.

É o caso dos ex-deputados estaduais Walter Brito Filho e Neto Franca, ambos do PTC, e do ex-deputado federal Álvaro Gaudêncio Neto, agora no Partido Humanista da Solidariedade (PHS). O ex-senador Ney Suassuna também optou por um partido ‘nanico’ para voltar à cena política e deve concorrer à Câmara Federal pelo Partido Social Liberal (PSL), que na Paraíba é presidido pelo deputado estadual Tião Gomes.

RETORNO

Walter Brito, ex-PPS e ex-DEM, se filiou ao Partido Trabalhista Cristão (PTC). A meta do empresário é voltar à ALPB, onde atuou por 16 anos em quatro mandatos como parlamentar. 

As projeções de Walter Brito apontam que para se eleger numa grande legenda ou numa coligação composta por lideranças fortes, seria necessário obter pelo menos 30 mil votos para um candidato a deputado estadual conseguir se eleger.

PROJEÇÕES PARA O QUOCIENTE ELEITORAL

Duas vezes deputado federal, Álvaro Gaudêncio Neto se filiou ao PHS para tentar voltar à Câmara Federal e já assumiu o comando do diretório estadual da legenda. Ele já integrou as fileiras de grandes partidos, como PMDB, PFL (hoje DEM), além do PL, PDS e a antiga Arena. Álvaro afirmou que vai reestruturar a legenda no Estado, formando diretórios em todos os municípios. Ele defende que o PHS faça reuniões constantes nos meses que antecedem as Eleições de 2014. 

QUOCIENTE

O quociente eleitoral define os partidos ou coligações que têm direito a ocupar as vagas em disputa nas eleições proporcionais, seja para deputado federal, deputado estadual ou vereador. É calculado dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de vagas a preencher em cada circunscrição eleitoral. Se, por exemplo, o quociente eleitoral foi de 30 mil votos e uma coligação atingir 60 mil sufrágios, vai obter duas vagas que serão distribuídas entre os dois candidatos mais votados da coligação, mesmo que individualmente estes candidatos tenham obtido votação inferior. Em partidos com muitas lideranças fortes a disputa interna fica mais acirrada.