Nova fase da Operação Calvário tem como um dos alvos o conselheiro do TCE-PB, Arthur Cunha Lima

Mandados de busca foram expedidos pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Falcão. Bens também foram bloqueados pela Justiça

Nova fase da Operação Calvário tem como um dos alvos o conselheiro do TCE-PB, Arthur Cunha Lima
Foto: Ascom

O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal, juntamente com  o Gaeco do MPPB, cumprem na manhã de hoje mandados de busca e apreensão na Paraíba, em Brasília e em Sergipe, em endereços ligados a investigados por envolvimento em desvios de recursos públicos nas áreas da saúde e da educação na Paraíba. A medida relaciona-se à Operação Calvário, que apura a instalação e o funcionamento de uma organização criminosa que seria liderada pelo ex-governador Ricardo Coutinho.
Os mandados foram expedidos pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Francisco Falcão. A competência da Corte foi firmada em razão da necessidade de investigar eventuais delitos praticados pelo atual governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania), e por três conselheiros do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE/PB).
O esquema teria começado em 2011 e envolveria a contratação de organizações sociais (OSs) para gerir recursos públicos. De acordo com a investigação, as OSs direcionavam os gastos de hospitais para determinados fornecedores, que, posteriormente, repassavam parte do valor a agentes públicos. Na mesma operação já houve buscas e apreensões em dezembro de 2019, ocasião em que o STJ determinou o afastamento do cargo de dois conselheiros do TCE-PB.
Nesta fase, apuram-se crimes de lavagem de capitais praticados pelo conselheiro Arthur Paredes Cunha Lima e por pessoas ligadas ao grupo empresarial em uma das organizações sociais envolvidas que recebiam propina de fornecedores.
As investigações contam com mensagens de celular, gravações ambientais e informações obtidas por meio de um acordo de colaboração premiada firmado entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e um empresário que era gestor de fato de duas entidades envolvidas nos ilícitos.
A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, designada pelo procurador-geral, Augusto Aras, para atuar nos processos criminais perante o STJ, também requereu a imposição de medidas cautelares a um advogado investigado pelo esquema, como a proibição de frequentar as dependências do TCE/PB e a suspensão do exercício da atividade advocatícia perante o órgão e em contratos com entes públicos.
Também foi solicitado o bloqueio de bens dos investigados em um total de cerca de R$ 23,4 milhões, para reparação por danos morais e materiais. Os pedidos foram atendidos pelo ministro Francisco Falcão.
O blog ainda não conseguiu contato com os advogados de Artur Cunha Lima. A assessoria do TCE informou, através de nota, que o conselheiro está afastado desde dezembro do ano passado.
“O Tribunal de Contas da Paraíba não sabe o conteúdo e, por isso mesmo, fica inviável emitir qualquer manifestação sobre o específico procedimento investigativo. No mais, é renovar que o TCE colabora e é absolutamente comprometido com a legalidade e regularidade em seus procedimentos”, diz a nota.
O Governo do Estado, também através de uma nota, informou que o governador João Azevêdo e o Governo não foram alvos da 9ª Fase da Operação Calvário.
*** Informações da Ascom/MPF