O abismo dentro do mesmo grupo ‘Bruno/Romero’

Ex-prefeito Romero Rodrigues e o atual gestor, Bruno Cunha Lima, continuam aliados, mas observam cenário conturbado

Não é preciso mais que quinze minutos de conversa. No Calçadão, na Praça da Bandeira, na Feira da Liberdade… a informação da existência de um ‘hiato’ entre os aliados mais próximos do ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (Podemos), e do atual gestor, Bruno Cunha Lima (PSD), é pública.

Não há conexão. Falta sintonia, mesmo todos figurando, por hora, em um mesmo agrupamento político.

E não é de hoje. As queixas mútuas, em conversas reservadas, remontam o início de 2021. Nas últimas semanas, com os acenos feitos por outros partidos aliados a João Azevêdo (PSB), tentando atrair o ex-prefeito para oposição, as arestas apenas ganharam contornos mais visíveis.

Liderança política de maior expressão popular hoje em Campina, Romero tem evitado colocar lenha na fogueira.

Tem dito que não pretende disputar a prefeitura em 2024. E reforça que está à disposição da gestão municipal para trabalhar pelo bem da cidade.

Publicamente Bruno também minimiza essa distância. Ressalta que Romero e outros atores serão ouvidos na formação de sua chapa de reeleição.

Mas publicações nas redes sociais, nomes escolhidos para ações de Governo e movimentos da gestão municipal são vistos com ressalvas por seguidores de Rodrigues. Alguns avaliam, nos bastidores, como uma tentativa de macular a gestão passada.

Na Câmara fala-se também em divisão. Alguns vereadores da bancada governista estariam mais próximos do atual gestor, enquanto outros embarcariam no projeto romerista, caso houvesse um eventual racha.

É fato, contudo, que é cedo para prognósticos. A eleição municipal ainda está distante para definir rupturas. E nem sempre descontentamentos entre aliados terminam com divisão dos protagonistas.

Hoje Romero e Bruno continuam aliados, mas diante de um campo minado – em que um passo dado de forma exagerada pode ser irreversível.