Em nota, prefeitura de Campina Grande diz que vai avaliar decisão após ser notificada
O bom senso recomenda que o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), não recorra da decisão judicial que suspendeu a doação do terreno público de 24,8 mil m² para a empresa que promove a Vila Sítio São João. E não somente pela decisão judicial, mas por uma série de circunstâncias que envolveram a tramitação do projeto.
A primeira delas é a falta de discussão com a sociedade. O projeto, enviado em caráter de urgência ao Legislativo, foi discutido e aprovado em 43 minutos pela Câmara. A segunda é o fato de o argumento usado para sedimentar a doação, a proteção ao Sítio São João das intempéries políticas, não ser razoavelmente suficiente para justificar a doação de um patrimônio público a um espaço que cobra para receber visitação.
A contrapartida social, a entrada gratuita de crianças da rede municipal de ensino, sequer foi expressa no ‘corpo da lei’ aprovada – ficando para ser regulamentada posteriormente.
E o mais importante: a opinião pública não viu com bons olhos a doação. As críticas foram desencadeadas em série. Entidades importantes, como a OAB, se manifestaram. Até mesmo aliados e membros da gestão municipal, nos bastidores, tiveram dificuldade em defender a ideia.
Romero, que está prestes a concluir o segundo mandato à frente da prefeitura campinense, deve seguir o bom senso e não recorrer da decisão judicial. Deve ouvir as vozes das ruas, das redes sociais e da cidade, que desaprovaram de forma massiva o projeto. Não será nenhum demérito desistir do projeto. É o que lhe resta, diante do desgaste político provocado pela proposta.
Vai doar pra quem precisa mesmo…
Concordo em gênero, número e grau. O Governo Municipal gosta de fazer cortesia com o chapéu alheio. Se a doação fosse para uma instituição sem fins lucrativos, seria menos difícil defender. Mas além de ser para uma empresa, essa empresa é de um aliado político do prefeito.