Um levantamento feito pela Agência Brasil mostra uma ligação muito forte entre os nomes que são eleitos para o Senado Federal e o histórico familiar na política. Conforme os dados, a maior parte dos eleitos é composta por homens e herdeiros do ‘espólio’ político de suas famílias.
Entre os Estados, dois mantêm essa tradição em 100% dos casos: Paraíba e Piauí. O estudo leva em consideração as eleições ocorridas entre os anos de 1986 e 2022.
No caso da Paraíba, a primeira mulher eleita para o senado foi a senadora Daniella Ribeiro (PSD), em 2018. Ela é filha do ex-prefeito de Campina Grande, Enivaldo Ribeiro (Progressistas).
Atualmente outros dois senadores, Veneziano Vital (MDB) e Efraim Filho (União), também são oriundos de núcleos familiares na política. O pai de Efraim Filho, Efraim Morais, ocupou uma cadeira na ‘Casa’. Já a mãe de Veneziano (Nilda Gondim) chegou a assumir no Senado com a morte do ex-governador José Maranhão e o irmão, Vital Filho, também exerceu o mandato de senador.
Para as eleições de 2026 o Estado deverá eleger dois nomes. Na bolsa de apostas atual, por enquanto, aparecem somente nomes da política tradicional. Em um formato em que as campanhas custam muito caro e as emendas parlamentares ampliam as chances para aqueles que já estão no Congresso, a perspectiva de manutenção desse cenário é grande. A idealizada alternância de poder, quase sempre, fica pelo meio do caminho.
Só sai candidato quem tem dinheiro ou uma máquina familiar interessada no poder, pelo poder, para defender seus interesses. Nossa democracia é altamente elitista e excludente, furar essa bolha é bem difícil. Teremos eleições municipais com candidatos que pouco representam o povo, e que só aparecem para pedir votos e nada fazem de concreto para ajudar a população.