No fim das contas, as Emendas Impositivas não agradam apenas à oposição em Campina

A implementação das Emendas Impositivas no orçamento de Campina Grande só chegou à pauta (para ser votada) do Legislativo após a oposição ter conquistado a maioria na ‘Casa’. Isso é fato. Mas nem de longe a proposta é única e exclusiva da bancada oposicionista. No fundo, é um pleito que agrada à quase totalidade dos vereadores.

É claro que muitos dos que fazem parte da base do prefeito Bruno Cunha Lima (UB), por uma questão estratégica, evitam dizer isso. Mas nas entrelinhas deixam transparecer que são favoráveis.

Exemplo foi a declaração de ontem do presidente, vereador Marinaldo Cardoso (Republicanos), após a primeira reunião com Bruno na Câmara.

“Que nós possamos implementar em Campina as emendas impositivas, que ajudará a população através dos vereadores, que podem fazer suas indicações naquilo que considerem prioridades para suas comunidades”, avaliou.

A própria votação da matéria na ‘Casa’ recebeu votos da base para aprovação.

E há uma explicação lógica para isso. As Emendas fortalecem o Legislativo, impulsionam os mandatos e ampliam as chances de reeleição daqueles que já ocupam espaços na Câmara. 

Evidentemente que o retrato do que acontece no Congresso Nacional, com o loteamento do orçamento nas mãos de deputados e senadores, não deve se repetir por aqui.

Mas a possibilidade de indicação de recursos no orçamento já é um plus para os parlamentares mirins. O modelo tem funcionado bem em João Pessoa. Já faz parte do cotidiano também da Assembleia Legislativa e é natural que seja replicado em Campina. Fugir desse formato, sem ter maioria na Câmara, é teimosia.

No fim das contas, oposição e base estarão sorridentes quando as Emendas forem finalmente implementadas ao orçamento. E restará a sensação de que todo esse impasse poderia ter sido evitado.