Muitos apostavam contra. Não foram poucos os que pressionaram para uma declaração de voto quanto à disputa presidencial. O candidato Pedro Cunha Lima (PSDB), porém, decidiu manter uma posição de neutralidade. E os números do Ipec, divulgados ontem, mostram que a estratégia dele tem dado certo.
Para chegar a essa conclusão é suficiente uma análise sobre o desempenho do tucano em João Pessoa e entre os evangélicos paraibanos.
Na Capital, Pedro tem 52% das intenções de voto, contra 38% de João Azevêdo (PSB). Entre os evangélicos, o índice do tucano chega a 57%, diante de 32% do socialista.
Os dados têm um significado claro: mesmo com a neutralidade, Pedro conseguiu crescer junto ao eleitorado de centro-direita, que no primeiro turno foi dividido com a candidatura de Nilvan Ferreira (PL).
Nilvan liderava a preferência entre os evangélicos e foi o candidato mais votado em João Pessoa.
Por um momento havia dúvida de que uma posição neutra afastasse o eleitorado bolsonarista. As intenções de voto trazidas pela pesquisa Ipec mostram que isso não aconteceu.
Por outro lado, a priorização do debate estadual e a neutralidade deixam a porta aberta para o eleitorado do ex-presidente Lula (PT), majoritário na Paraíba.
Uma tomada de posição, em favor de Bolsonaro ou Lula, acabaria com a possibilidade de transitar entre os dois públicos antagônicos. A campanha de Pedro percebeu isso. E acertou.
