Pressão da população foi ignorada

Apesar da pressão popular, Marcondes Gadelha acredita que a arrogância do presidente Collor e o fato de ter sido eleito por um número expressivo de brasileiros dava ao presidente uma segurança fora do comum. “Collor não acreditava naquele desfecho. Só quando começou o processo em si mesmo é que ele caiu na real e não tinha mais nenhuma possibilidade de reagir. De qualquer forma, eu considero um ato histórico no país que gostaríamos que não se repetisse”, confessa.

O ex-prefeito de João Pessoa Carlos Mangueira disse que esteve com o presidente Fernando Collor dias antes da sua renúncia e também lembra que a sua postura era de frieza e arrogância.

“Lembro que estava em Brasília com alguns colegas do meu partido e fomos à Casa da Dinda para uma visita do presidente. Tivemos uma tarde agradável de barco e o presidente se comportava como se não estivesse em curso uma votação que levaria ao seu impeachment”, conta.

CARA-PINTADA
O povo, principalmente os estudantes, tomou as ruas das grandes cidades do país, tendo à frente o então presidente da União Nacional do Estudantes (UNE), o paraibano Lindbergh Farias, hoje senador do Rio de Janeiro pelo Partido dos Trabalhadores.