O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) disse nessa quarta-feira (11) que a cassação de Dilma Rousseff deverá ser consumada antes de terminar o período de afastamento dela (180 dias) da Presidência da República. A previsão foi divulgada pelo jornalista Gustavo Porto, do Estado de S. Paulo (Estadão), que entrevistou o presidente da Comissão Especial de Impeachment do Senado sobre as próximas etapas do processo de julgamento da presidente afastada.
“Tomaremos os cuidados para não alongarmos e não encurtamos o processo e nem permitir que a maioria esmague a minoria. Mas não vamos utilizar o prazo de 180 dias”, afirmou Lira, lembrando que no caso de Fernando Collor, atual senador pelo PTC de Alagoas, o Senado não levou mais do que 90 dias para concluir o processo do impeachment e a consequente deposição do mandato que o ex-presidente conquistou nas urnas de 1989.
Na mesma entrevista, Lira ponderou que o Senado Federal deve tomar todos os cuidados no sentido de evitar que os procedimentos adotados de hoje em diante sejam questionados na Justiça, ou seja, no Supremo Tribunal Federal (STF). “Não queremos oferecer nenhuma chance de judicialização. Queremos manter a postura de imparcialidade”, acentuou.
O senador paraibano previu também que o governo de Michel Temer contará com apoio e crédito da população, a exemplo do que aconteceu com Itamar Franco quando assumiu a Presidência da República após o impeachment de Collor. “O clima seguirá de paz e tranquilidade. Normalmente a população e a opinião pública dão crédito de 100 dias aos novos governantes e Temer terá esse crédito”, lembrou.
