Relator vota pela cassação de Torres

Senador Demóstenes Torres responde a processo no Conselho de Ética por quebra de decoro, e pode perder o mandato.

O senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo de quebra de decoro do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), no Conselho de Ética, pediu a cassação do mandato de parlamentar.

No voto, que foi lido ontem à noite para os demais integrantes do conselho, Costa declarou que Demóstenes atuava como um braço político do esquema de jogos ilegais montado pelo empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

“Considerado todo conjunto da obra, é impossível não concluir que ela o desabona. Quem julga somos nós, mas é o seu passado que o condena", disse Costa.

Cachoeira está preso desde fevereiro apontado pela Polícia Federal como suspeito de comandar uma rede criminosa com a participação de empresários e políticos. De acordo com o relator, Demóstenes Torres usou seu mandato para beneficiar o empresário.

O documento tem 77 páginas. A primeira parte (nove páginas) faz uma descrição do processo, O voto correspondeu às 68 páginas restantes.

DEFESA
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que defende Demóstenes Torres (sem partido-GO), disse que o senador quer ser julgado pelo plenário do Senado e, por isso, optou por não pedir o arquivamento do processo disciplinar no Conselho de Ética.

"O senador Demóstenes quer ir ao plenário. Não vamos pedir neste momento que arquivem [o processo]. Ele quer ser julgado pela totalidade do Senado Federal", o advogado.

Até o fechamento desta edição, o Conselho de Ética ainda não tinha votado o relatório de Humberto Costa que pede a cassação de Torres.