Senado cobra explicações de Demóstenes Torres

Senador foi gravado pela Polícia Federal em conversas com o empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Três senadores subiram à tribuna do Senado, ontem, para cobrar explicações do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), gravado pela Polícia Federal em conversas com o empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira – preso na operação Monte Carlo.

Pedro Taques (PDT-MT), Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Jorge Viana (PT-AC) pediram que o senador faça um novo pronunciamento ao Senado com a sua versão dos fatos, como forma de resgatar a imagem do Legislativo.

Os três senadores haviam saído em defesa de Demóstenes no dia 6 de março, quando o líder do DEM no Senado subiu à tribuna para apresentar sua versão sobre as primeiras denúncias que o ligam a Cachoeira. No total, 44 senadores prestaram solidariedade ao democrata em apartes ao seu discurso.

Com novas acusações contra o senador, os três mudaram o tom – e passaram a cobrar explicações. "Não podemos tampar o sol com a peneira. O caso é grave. Esta Casa da federação não terá moral para convidar, intimar qualquer cidadão a depor em suas comissões se nós não ouvirmos os esclarecimentos do senador Demóstenes", afirmou Taques.

Ele disse não ser "razoável" que um senador "possa trocar esse número de telefonemas ou conversar com cidadãos voltados para a prática do crime".

Segundo Taques, Demóstenes precisa fazer sua defesa política no Senado uma vez que, no campo jurídico, não é possível "fazer juízo de valor antecipatório". "Aqui, no campo político, estamos aguardando esclarecimentos."