Phelipe Caldas
Em tempos de acirramento político e embates violentos entre os deputados estaduais paraibanos, a Assembleia Legislativa da Paraíba viveu uma tarde completamente atípica nesta quinta-feira (30), quando parlamentares de situação e de oposição entraram em um acordo e votaram em poucos minutos um projeto de lei que modifica as políticas hídricas no Estado.
O projeto foi enviado ontem pelo Governo da Paraíba e, sem nem mesmo passar pelas comissões, ele foi a plenário nesta quinta. O deputado estadual Leonardo Gadelha (PSB) deu parecer oral da Comissão de Constituição e Justiça e o oposicionista Manoel Ludgério deu o parecer oral pela Comissão de Orçamento. Depois, a partir de um acordo de líderes, a Casa votou o projeto por unanimidade.
A Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente passa a se chamar agora de Secretaria de Estado do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Ciência e Tecnologia. Na prática, as políticas hídricas da Paraíba saem da competência da Agência Estadual de Água e passa para a secretaria que tem Francisco Sarmento como titular, o que permite que o Governo possa enviar projetos para que o Banco Mundial envie financiamentos para a área.
Mais do que as mudanças práticas, contudo, a votação desta tarde tem um valor simbólico, por ter significado a primeira atividade conjunta das duas bancadas em muito tempo. Bem diferente dos embates registrados na aprovação do empréstimo do BNDES ao Governo, que demorou 45 dias para ser concluída.
Para o líder da situação, deputado Gervásio Filho (PMDB), esta é a prova de que o legislativo paraibano pode diagolar e agir com celeridade. "Vínhamos pedindo há vários meses que a Casa trabalhasse com agilidade para atender aos anseios da população. Finalmente isto aconteceu hoje e esperamos que isto vire uma prática comum", destacou.
