Bial parece com ultradireita ao criticar Democracia em Vertigem

Bial parece com ultradireita ao criticar Democracia em Vertigem

Nesta terça-feira (04), estamos a apenas cinco dias da cerimônia do Oscar.

O Brasil participa com Democracia em Vertigem, de Petra Costa, concorrendo à estatueta de Melhor Documentário.

Quando houve a indicação, a ultradireita nacional reagiu, do presidente Bolsonaro às pessoas anônimas que se manifestaram através das redes sociais.

Todos usaram basicamente o mesmo argumento:

Como o filme concorre ao Oscar de Melhor Documentário se não é um documentário?

Segundo seus críticos, Democracia em Vertigem deveria ser enquadrado como obra de ficção, posto que distorce a realidade, manipula os fatos.

O argumento, além de pouco inteligente, é facilmente desmentido com a seguinte pergunta:

Será que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que existe há mais de 90 anos, ainda não aprendeu a distinguir um documentário de um filme de ficção?

Nesta segunda-feira (03), foi a vez de Pedro Bial criticar o documentário de Petra Costa.

Vou me ater a um detalhe:

O jornalista disse que Democracia em Vertigem é uma ficção alucinada.

Claro que Bial tem todo o direito de não gostar do filme e de expressar sua opinião, mas não precisa dizer coisas incompatíveis com sua inteligência e sua longa experiência profissional.

Não, Bial!

Democracia em Vertigem não é uma ficção alucinada.

Democracia em Vertigem é um documentário no qual a sua realizadora toma partido.

Como tantos outros documentaristas já o fizeram.

Ao usar a expressão “ficção alucinada” para classificar e desqualificar o filme de Petra Costa, Pedro Bial não faz nada além de ficar parecido com a extrema direita que torce contra o sucesso do nosso indicado ao Oscar.