Entrevista: Roupa Nova fala sobre show na Paraíba, turnê em comemoração aos 40 anos e mais

Banda faz show no Teatro Pedra do Reino, em João Pessoa, neste sábado (5).

Roupa Nova, grupo brasileiro com mais de 40 anos de fundação | Foto: Divulgação

🎶 Roupa Nova compõe trilhas sonoras de vidas de milhares de brasileiros. A banda tem fãs ‘hereditários’, que influenciados pelos pais também incluem músicas nos momentos especiais vividos. Neste sábado (5), os fãs paraibanos ganham o presente de ouvi-los em um show que marca o retorno aos palcos no estado, depois da pandemia da Covid-19, no Teatro Pedra do Reino, em João Pessoa.

A história ‘do Roupa’, como carinhosamente se referem os músicos à banda, se confunde com a história do pop brasileiro. Criada na década de 1980, a banda emplacou diversos sucessos em novelas que marcaram época, e se consolidou como um dos mais longevos grupos musicais do país.

Hoje, quase dois após a morte do vocalista Paulinho, vitimado pela Covid-19, o Roupa Nova viaja pelo Brasil com uma nova formação. O músico Fábio Nestares passou a compor o vocal, auxiliando o grupo a seguir em frente.

Nestares e o tecladista Cleberson Horsth conversaram com o Jornal da Paraíba e falaram sobre novo momento da banda e sobre as expectativas para o show na Paraíba (confira abaixo).

Sobre a turnê em comemoração 40 anos de carreira

Cleberson Horsth: “É sempre maravilhoso sair em turnê. Tem músicas que até são conhecidas, temos um repertório bastante conhecido, se for tocar todas é muita coisa. Por isso tocamos aquilo que a maioria se identifica. Está sendo maravilhoso, um presente”.

Fábio Nestares: “A história que o roupa construiu sempre foi muito bonita, e eu sempre tive vontade de mergulhar mais no Nordeste cantando e trabalhando. Agora estou podendo, e com o Roupa Nova! Estou muito feliz.”

Sobre a morte de Paulinho

Cleberson Horsth: “Quando se tem uma amizade, é como se fosse uma pessoa da família. Nós perdemos um ente querido, um familiar. Eu mesmo conheço o Paulinho até antes do Roupa Nova, a gente morava perto, ficava pela rua com violão no tempo da jovem guarda… Foi uma perda muito grande. Conviver sem ele é uma necessidade, porque a vida continua, mas ele jamais será esquecido. Tivemos a bênção de conseguir uma pessoa como o Fábio, que além de ser uma pessoa genial como humano é a nossa cara, tudo o que ele é e pensa, além do timbre de voz ser parecido. Ele se encaixou como pessoa. O público aceitou muito bem e o Nestares sempre agradece ao público por tê-lo aceito como novo membro. Ele não está substituindo, ele está nos ajudando. Não vamos esquecer jamais, mas não tem jeito. Precisamos seguir”.

Fábio Nestares: “Meu primeiro contato com o Roupa Nova foi em 2002, eles gravaram meu disco pela Universal Music e foi ali que comecei o contato e amizade, eu e o Paulinho ficamos muito amigos, amizade se estendeu até hoje, mas a partir de 2015 comecei a substituir ele quando não ele não podia ir a um show – fiz isso umas 30 vezes, por problemas de saúde. A morte dele foi completamente difícil porque eu e ele desenvolvemos amizade muito grande, eu com a família dele, ele com a minha também. Fui ao velório, mas a gente ficou sem falar nesse assunto durante alguns meses, porque foi muito difícil pra banda a perda dele. Mas eu sempre tive o pé no chão de saber que a história do roupa nova não ia mudar, eles já fizeram e fazem sua história há 40 e tantos anos. Agora temos uma nova fase, onde todos nós fomos obrigados a cumprir por conta do triste evento da partida do Paulinho. Tenho muito pé no chão, sei o meu lugar dentro da banda, não me sinto substituto, me sinto o cara que está fazendo uma homenagem a ele, e pra mim isso é uma honra”.

Relação com a Paraíba

Cleberson Horsth: “Fizemos muitos shows na Paraíba e esperamos continuar fazendo muitos outros. Fomos em João Pessoa, Campina Grande…  A Paraíba é um lugar maravilhoso que sempre nos recebeu muito bem”.

Fábio Nestares: “Na Paraíba, com o Roupa Nova já fiz até show e antes quando eu não tinha tocado já conhecia como turista. As pessoas têm um coração lindíssimo”.

Retorno após a pandemia da Covid-19

Cleberson Horsth: “A gente está trabalhando muito, após dois anos parados… Foi uma complicação muito grande, mas agora está fluindo muito bem. O pessoal ficou tempo em casa e quem não saia, agora está saindo. Inclusive percebemos um público cada vez mais jovem”.

Fábio Nestares: “Pra mim está sendo muito bom, a sensação está sendo excelente! Só tenho a agradecer ao público do Roupa Nova que é muito diferenciado, por eles terem entendido o que aconteceu e a necessidade da banda se manter com a formação de seis integrantes”.

Expectativa para o show em João Pessoa

Cleberson Horsth: “A gente espera suprir as expectativas do público! Estamos com muita vontade de chegar logo dia 5 pra rever esse público muito bom”.