O que restou da crítica de cinema gosta mesmo é de blockbuster!

Andei lendo uns textos sobre a Mulher Maravilha.

Um deles me deu saudades da crítica de cinema.

Do tempo em que havia crítica de cinema.

O que restou da crítica de cinema gosta mesmo é de blockbuster!

A sessão de imprensa da Mulher Maravilha tinha até jornalistas, diz o cara que escreveu o texto. O que tinha mesmo era gente do mundo digital fazendo selfie no cartaz do filme.

O crítico de cinema é uma espécie em extinção, diz o texto.

Vejam o exemplo da Paraíba. Atualmente, só há um crítico de cinema em atividade. É João Batista de Brito, um professor aposentado com mais de 70 anos que publica no seu blog (Imagens Amadas) e depois compartilha no Facebook. Não estou exagerando: João escreve de acordo com o cânone da melhor crítica de cinema do mundo. Conhece o objeto da crítica, tem admirável domínio do texto, sabe fundir o olhar afetivo do cinéfilo que é com o saber acadêmico que tem. Sua crítica pode ser lida em qualquer lugar pelo leitor mais exigente.

No passado, tínhamos isso todos os dias nos jornais. Lembram? João Batista é “filho” desse tempo.

Abríamos o Jornal do Brasil e tínhamos a dupla Ely Azeredo e José Carlos Avellar!

Abríamos A União, aqui tão perto de nós, e tínhamos Antônio Barreto Neto!

Abríamos o Diário da Borborema e tínhamos o jovem (e já brilhante) Bráulio Tavares!

Quem leu Paulo Emílio e Truffaut e Moniz Vianna e Kael e Ebert, agora vai ler o quê?

Gente que prioriza o blockbuster, o super herói, a franquia!

É triste, mas foi o que restou!