“Star Wars” continua detestável aos 40 anos!

Hoje, peço licença aos leitores para admitir que não gosto de algo que muitos consideram intocável, quase sagrado.

Como é (quase) sagrado, tratarei como pecado.

Vou, então, confessar um dos meus pecados:

Detesto Star Wars!

Star Wars

Sou contemporâneo de George Lucas antes de Star Wars. Primeiro, THX 1138, belo e estranhíssimo filme de ficção científica.

Depois, American Graffiti. Sim! A serena poesia daquela noite de verão na Califórnia!

Aí veio Star Wars. O primeiro episódio, que depois virou quarto. E que nós, no Brasil, chamávamos mesmo de Guerra nas Estrelas. Uma Nova Esperança, só muito mais tarde!

Nesta quinta-feira (25), faz 40 anos da estreia nos Estados Unidos. Por aqui, passou em março do ano seguinte.

Vi na primeira sessão do primeiro dia, num Cine Municipal lotado.

Antônio Barreto Neto, nosso melhor crítico de cinema, escreveu no dia seguinte:

Ele (o filme) não ambiciona mais do que ressuscitar no espectador a ingênua sensação de torcer pelo triunfo do herói e pela derrota do vilão, como nas antigas matinês de domingo nos cineminhas de bairro da infância.

Disse mais:

Guerra nas Estrelas é uma súmula do velho cinema escapista de Hollywood. Um cinema assexuado e antisséptico, exuberante e descompromissado, feito com o propósito deliberado de satisfazer a uma necessidade vital do homem: a necessidade do mito. 

Nem Barreto me convenceu. Nem Roger Ebert, que adorava Star Wars.

Essa coisa de gostar ou não gostar, às vezes não carece de explicação.

Vou fechar com uma lembrança:

George Lucas disse, certa vez, que queria fazer filmes como Star Wars para ganhar muito dinheiro e poder realizar filmes como THX 1138 e American Graffiti.

Bem, ele ficou bilionário com sua franquia, que é, artística e comercialmente, um indiscutível marco do cinema.

Mas não cumpriu a promessa:

Nunca mais fez nada como THX 1138 e American Graffiti.