“Você não pode me deixar. Eu só tenho você no mundo”

"Você não pode me deixar. Eu só tenho você no mundo"

Quando terminaram as filmagens de O Pequeno Soldado, em 1961, o diretor Jean-Luc Godard ofereceu uma carona à atriz Anna Karina.

Onde eu te deixo? – ele perguntou.

Você não pode me deixar. Eu só tenho você no mundo – ela respondeu.

Neste domingo (15), na Folha, o crítico Inácio Araújo reproduziu o diálogo ao escrever sobre a atriz que morreu no sábado (14) aos 79 anos.

Anna Karina e Jean-Luc Godard foram casados e fizeram vários filmes juntos.

O meu preferido?

Pierrot Le Fou.

No Brasil, O Demônio das Onze Horas.

Na década de 1960, Godard fez grande cinema de ruptura e invenção.

Nem maior nem menor, mas muito diferente de François Truffaut, seu companheiro (e depois desafeto) de Nouvelle Vague. Truffaut ousou menos.

Como atriz, Anna Karina é um dos emblemas daquela onda que veio da França.

E, por extensão, um dos símbolos da criatividade e das turbulências da década de 1960.

A atriz fez outras coisas.

Trabalhou com outros diretores.

Experimentou a direção. Cantou.

Mas será lembrada pelos filmes com Godard.

É seu maior legado.