Qual a diferença entre cateterismo e angioplastia?

Apesar de serem procedimentos semelhantes, a angioplastia e o cateterismo atuam de forma diferente. Saiba qual a função e como é realizado cada um deles.

Foto: André Telis

O cateterismo e a angioplastia são dois procedimentos parecidos, mas atuam de formas diferentes no sistema cardíaco. O cateterismo é utilizado para diagnosticar ou tratar de doenças cardíacas, por meio da introdução de um cateter na artéria do braço ou da perna do indivíduo, que será conduzido até o coração. Já a angioplastia é um tratamento não cirúrgico das obstruções das artérias coronárias por meio de um cateter balão, para aumentar o fluxo de sangue para o coração.

O que é o Cateterismo?

Indicado no diagnóstico e no tratamento do infarto ou da angina. O cateterismo é capaz de detectar e remover acúmulos de placas de gordura, colesterol, cálcio encontradas no sangue, mostrar se as placas estreitam ou bloqueiam as artérias coronárias e se esse acúmulo restringe o fluxo de sangue ao coração.

O cateterismo é utilizado para diagnosticar e tratar condições cardíacas como: avaliar as artérias coronárias que irrigam a musculatura do coração, desobstruir artérias e válvulas devido ao acúmulo de placas de gordura, verificar se existem lesões nas válvulas e no coração, verificar se existem alterações na anatomia do coração não confirmadas por outros exames, mostrar em detalhes a malformação congênita em recém-nascidos e crianças.

O que é angioplastia?

Já a angiologia é um procedimento que implanta uma prótese endovascular, conhecida como ‘stent’ e utilizada no interior dos vasos. O stent é um pequeno tubo de metal semelhante a um bobe de cabelo, usado para manter a artéria aberta.

Existem dois tipos de stents, os convencionais e os farmacológicos. Stents convencionais podem acarretar a reestenose, um processo de cicatrização que reobstroe o vaso em 10% a 20%. Os stents farmacológicos ou recobertos com drogas surgiram para evitar a reestenose. Ambos são fabricados do mesmo material metálico, mas o stent farmacológico é acrescido de um medicamento de liberação lenta que reduz o processo de cicatrização.

Como esses procedimentos são feitos?

Cateterismo

No cateterismo, com o paciente sob efeito de anestesia, é feito uma pequena abertura para a entrada do cateter na pele da virilha ou do antebraço, na altura do punho ou cotovelo, e um cateter é inserido na artéria radial, femoral ou braquial do paciente, que será conduzido até o coração, onde será localizadas as entradas das artérias coronárias direita e esquerda.

Depois, será injetado um contraste à base de iodo que permite a visualização das imagens da artérias e de possíveis pontos de entupimento. Além do contraste de iodo, é injetado um contraste no ventrículo esquerdo para a visualização do bombeamento cardíaco.

Na maioria dos casos, o exame não demora mais de 30 minutos, não causa dores, sendo comum o paciente sentir uma onda de calor passageira no peito quando o contraste é injetado. Os pacientes recebem alta após algumas horas, desde que não haja outro procedimento associado.

O exame pode durar mais em pacientes que já foram submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio ou doença da artéria coronariana.

Angioplastia

Após a desobstrução da artéria coronária, por meio da angioplastia com balão, é implantado uma prótese endovascular, semelhante a um bobe de cabelo, utilizado para manter essa artérias abertas.

Podem ser utilizados stents convencionais ou farmacológicos que atuam de forma diferentes no corpo. Depois desse procedimento, é necessário o uso prolongado de aspirina e clopidogrel nos pacientes que receberam os stents farmacológicos pelo pequeno risco de tromboses, coágulos no interior do stent.

Recuperação

Cateterismo

Depois do procedimento, é realizado um curativo compressivo no local. Se o procedimento for feito no braço, será feito só o fechamento e curativo. O mesmo será checado periodicamente para averiguar se há presença de sangramento no local.

Angioloplastia

Após o stent ser colocado, o paciente deve evitar fazer qualquer esforço físico dependendo de seu tratamento e gravidade da operação. Geralmente, o paciente pode voltar depois de 20 dias ou menos após a alta hospitalar, dependendo do trabalho que esse paciente executa.