Síndrome do Coração partido: aumento de 300% com a pandemia

Síndrome do coração partido

Coração partido: aumento durante a pandemia observado é de quase 300% e isso tem preocupado especialistas.

“Não importa em quantos pedaços o seu coração foi partido, o mundo não para, para que você o concerte.” Nem o escritor inglês William Shakespeare em 1600 podia imaginar que essa frase de seu famoso poema “O menestrel” faria tanto sentido nos dias de hoje .

À primeira vista, parece que vai faltar o fôlego.  O coração chega a apertar, parece que vai pular pela boca de tão acelerado. Difícil é dormir à noite, apetite é coisa do passado. Se o amor não é correspondido, tristeza e depressão, há até quem prefira morrer.  Dia nos namorados e eu não to relatando uma história de amor não correspondido…

Em épocas de amores não correspondidos, não é só paixões quem tem partido corações e eles tem ganhado cada vez mais atenção da medicina.

A síndrome

O estresse emocional e físico são alguns dos fatores que impulsionam a síndrome do coração partido. Considerado um problema raro que provoca sintomas semelhantes aos de um infarto, como dor no peito, falta de ar ou cansaço, e que surge em períodos de grande estresse emocional, como durante uma separação ou após o falecimento de um familiar, por exemplo, esta síndrome tem maior incidência em mulheres com idade perto dos 40 anos, mas pode surgir em qualquer idade, afetando também os homens.

Atribui-se a síndrome uma origem psicológica. A principal característica da síndrome do coração partido é o estresse emocional. Numa situação extrema de estresse há uma descarga grande de noradrenalina, que possui a capacidade de aumentar a força de contração do coração, da mesma forma, provavelmente isso causa o mal funcionamento cardíaco.

O nome Takotsubo é adotado em referência ao aspecto que o coração dos pacientes adquire, lembrando um jarro utilizado no Japão para capturar polvos. A doença foi descrita pela primeira vez em 1990, justamente no Japão.

Aumento de 300% durante a pandemia

Ainda, um estudo publicado em fevereiro pelo Journal of Cardiac Surgery mostra que antes da pandemia, entre 1,5% e 2% dos casos de síndrome coronariana aguda eram atribuídas à cardiomiopatias associadas ao estresse. No entanto, durante a pandemia essa proporção subiu para 8%.

Enfim, isso tem aumentado o interesse dos especialistas em discutir o que a COVID-19 pode fazer com o músculo cardíaco. Além do efeito lesivo direto do coronavírus ao miocárdio, igualmente há tempestade inflamatório e a liberação de noradrenalina em excesso podem ter papel fundamental nos casos de problemas do coração na COVID-19.

Problema tem cura

Por fim, a síndrome do coração partido tem cura. Para tanto os médicos utilizam diuréticos e outros medicamentos que utilizados para insuficiência cardíaca. Além disso, outros medicamentos podem ser prescritos para ajudar a controlar o estresse.