Com ideias inovadoras, empreendedores investem na web e ganham dinheiro

Cada vez mais, as pessoas têm ganhado mercado investindo, por exemplo, no YouTube e no Facebook.

À distância de apenas alguns cliques, o universo do online abre as portas também para os novos empreendedores. São pessoas que criam um canal no YouTube ou uma página no Facebook e conquistam suas próprias marcas, divulgando seus trabalhos, ou têm uma ideia inédita e criam sites que conseguem atingir todo o mundo. A internet, dizem especialistas, ainda é um grande universo a ser desvendado, com inúmeras possibilidades a serem descobertas. Aqui mesmo na Paraíba, no entanto, já podemos ver alguns casos de pessoas que saíram do lugar-comum e resolveram investir em uma ideia inovadora.

"Não existe fórmula, não existe nenhuma mágica. O que existe é estudo, muito estudo", afirma o ator, vloger, comediante, escritor e empresário Felipe Neto, dono de um dos canais de maior destaque da internet brasileira, com mais de quatro milhões de seguidores, o "Não faz sentido". Hoje com 27 anos, Felipe Neto ficou conhecido por ter criado um dos primeiros canais da história do YouTube brasileiro a atingir um milhão de inscritos, transformando-se em um verdadeiro fenômeno da internet. Com o sucesso do seu canal, no entanto, Felipe não parou por aí: tornou-se um verdadeiro empreendedor, utilizando os lucros dados por seu canal para investir em novos projetos. No último mês, ele vendeu a Paramaker, o maior net- work de canais do YouTube, para a francesa Webedia. Sua intenção, agora, é voltar para o mundo da criatividade, investindo em novas ideias e, claro, estudando.

"Você precisa se dispor a criar algo inovador. A internet vive de inovação e se você não é inovador em algum aspecto, você dificilmente vai conseguir captar a atenção das pessoas. Depois de descobrir o que é a sua inovação, você precisa testar com o público o que funciona e o que não funciona. O melhor feedback que você pode ter não é com seu amigo, não é da pessoa da sua empresa. Quando se trata de internet, o melhor feedback que você pode ter é do público, e você só vai descobrir o feedback fazendo", opina.

De acordo com sua experiência, ele afirma: "O YouTube no Brasil é um bebê. Tudo ainda é embrionário. Quem pensa que está estagnado, quem pensa que já deu, está completamente equivocado", pontua. "Mas um grande erro do jovem empreendedor é achar que sabe muito, que está pronto. Eu acho que eu fiz muitas coisas como empreendedor. Tenho diversas ideias de negócios novos que eu pretendo executar, porém eu tive que estabelecer o limite de até onde ia o empreendedor e até onde ia o administrador. A criação das empresas foi muito motivante, mas quando passou a ser a questão burocrática, eu percebi que ali precisava de mais experiência, mais malandragem. A gente precisa saber dos nossos limites. O meu foco é a criatividade", avalia.

Internet oferece imensas possibilidades.

Para o especialista em cybercultura Alan Mascarenhas, as pessoas estão apenas começando a entender o que é a internet e as imensas possibilidades que ela oferece, embora esse começo ainda seja um pouco tardio. "A internet é muito mais do que gatinhos fofinhos compartilhados, mas essa cultura do “desimportante” também faz parte dela simplesmente porque faz parte de nós. Nós moldamos a internet o tempo inteiro e para isso temos que lutar contra algoritmos, ou seja, programações eletrônicas que decidem o que vemos no facebook ou recebemos como resultado de uma pesquisa. Não estou dizendo que a internet seja a grande salvação midiática da humanidade, mas apenas que ela permite linguagens mais informais, barateia custos, facilita acesso à informação e isso reconfigura não só o comércio, mas toda a instância social", afirma.

A internet, nesse contexto, propicia ferramentas que beneficiam o empreendedor de diversas formas, além das possibilidades de se fazer sucesso com o YouTube, blogs ou lojas virtuais. Canais de resposta rápidos, por exemplo, como chats e whatsapp, podem beneficiar até mesmo grandes empresas que contam com um canal na internet. "Maior transparência nas transações já que muitas vezes se tem o telefone do vendedor e outros dados pessoais – os quais devem ser verificados se são verdadeiros antes do pagamento –, sistema de qualificação positiva e negativa visível a todo o público, além de sites como o Reclame Aqui", exemplifica Alan.

Segundo ele, embora haja uma cultura do amador muito forte na internet, no caso dos youtubers, por exemplo, isso faz com que se crie uma estética própria para o meio. "Essa cultura do amador existe exatamente pela espontaneidade que surge a partir da instantaneidade. Por exemplo, se você está transmitindo algo ao vivo pelo Periscope, ainda que você esteja performatizando um comportamento diante de uma câmera como na TV, a interação, as respostas a esse vídeo, exigem um comportamento menos robotizado", pontua. "Não há uma fórmula para bombar na internet, mas o amadorismo pode ser forjado, planejado e acaba reconfigurando toda a narrativa de vídeos, dos quais muitos são sim pensados por agências", complementa.