“A mulher é um livro místico. Somente a alguns é dado lê-la”

No Dia Internacional da Mulher, toda a beleza que há em Elegia, que Caetano Veloso gravou no disco Cinema Transcendental, de 1979.

O original é do poeta inglês John Donne, nascido no século XVI.

Augusto de Campos traduziu para o português.

Péricles Cavalcanti adaptou os versos e compôs a melodia.

ELEGIA

Deixa que minha mão errante adentre
atrás, na frente, em cima, em baixo, entre

Minha América, minha terra à vista
Reino de paz se um homem só a conquista

Minha mina preciosa, meu império
Feliz de quem penetre o teu mistério

Liberto-me ficando teu escravo
Onde cai minha mão, meu selo gravo

Nudez total: todo prazer provém do corpo
(Como a alma sem corpo) sem vestes

Como encadernação vistosa
Feita para iletrados, a mulher se enfeita

Mas ela é um livro místico e somente
A alguns a que tal graça se consente
É dado lê-la