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VIDA URBANA

Suspeito de dar golpe de R$ 4 mi em sócios noruegueses nega acusação

Mais duas vítimas do golpe, no entanto, também se apresentaram à delegacia na mesma tarde.

Publicado em 19/01/2018 às 12:15 | Atualizado em 19/01/2018 às 18:16

Um dos suspeitos de aplicar um golpe de quase R$ 4 milhões em empresários noruegueses que investiram na construção de imóveis na Paraíba, Ioannis de Luna, se apresentou à Delegacia de Defraudações e Falsificações na tarde desta quinta-feira (19), para apresentar sua versão, e negou as acusações de ter desviado os valores.

De acordo com o delegado da DDF, Lucas Sá, também nesta quinta-feira mais duas vítimas se apresentaram à delegacia. As pessoas disseram que compraram imóveis no valor de R$ 300 mil no total, em 2015, e que haviam feito os depósitos na conta pessoal do suspeito.

A Operação "Societas" cumpriu três mandados de busca e apreensão em bairros da capital, porém nenhum suspeito foi encontrado. De acordo com o delegado Lucas Sá, foi comprovado, por meio de imagens do circuito interno, que Ioannis fugiu de seu endereço, situado no bairro do Geisel, na manhã de quarta-feira (17).

Quando se apresentou à DDF, porém, o suspeito afirmou que estava sendo "ameaçado". "No entanto, ele não fez nenhum Boletim de Ocorrência dessa suposta ameaça. Não tem como comprovar isso", pontua o delegado.  Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, o suspeito afirma que tinha saído de casa apenas para fazer xerox do material que seria utilizado como prova em sua defesa.

As investigações tiveram início em outubro de 2017, após denúncia feita pelas vítimas, de nacionalidade norueguesa, que firmaram uma sociedade com os empresários Ioannis de Luna e Georges Souza para a construção de diversos imóveis e empreendimentos comerciais, desde o ano de 2011. As vítimas, então, assinaram procurações públicas, para que o empreendimento fosse administrado pelos investigados, passando a acompanhar a sociedade à distância, através de mensagens de e-mail, whatsapp e ligações telefônicas.

Segundo a polícia, Ioannis teria convencido as vítimas a assinarem diversos documentos, autorizando o depósito de valores nas contas pessoais do mesmo, justificando que isto seria necessário para que os noruegueses não sofressem punições internacionais. A partir da conclusão dos primeiros empreendimentos, as vítimas passaram a questionar os investigados sobre a prestação de contas, passando a receber documentos falsos e planilhas adulteradas, justificando uma série de despesas inexistentes.

Em 2016 os estrangeiros vieram à Paraíba passar férias e tentaram encontrar os sócios para um contato mais próximo, mas os brasileiros deram diversas desculpas para não os vê-los, segundo informou a polícia.

Naquele momento, os noruegueses desconfiaram do golpe e contrataram advogados e uma assessoria contábil que constatou o desvio de R$ 3,394 milhões das contas da empresa. Ioannis e George os convenceram a assinar um termo onde os depósitos da empresa tinham que ser feitos nas contas pessoais deles.

Ainda segundo o delegado Lucas Sá, os documentos relacionados à operação foram encaminhados à 6º Vara de Justiça, junto com o pedido de prisão, que poderá ser decretada tendo em vista que o suspeito fugiu do imóvel e retirou os documentos importantes à investigação e, na próxima semana, será analisada pela Justiça.

Imagem

Rafaela Gambarra

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