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VIDA URBANA

Imóveis sem inspeção contra focos de dengue

Imóveis fechados no Bairro São José, impedem trabalho da Vigilância Ambiental, em um dos pontos com alto risco de dengue, na capital.

Publicado em 08/03/2012 às 6:30


Uma das 35 áreas com alto risco de incidência de dengue de João Pessoa, o bairro São José tem ainda 12,1% de imóveis sem monitoramento das equipes de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O número corresponde a 52 residências, de um total de 430, que estão fechadas ou que não tiveram o proprietário encontrado.

Apesar dos riscos aos moradores, o diretor do Centro de Zoonoses de João Pessoa, Geraldo Moreira, disse que o índice de infestação para cada cem imóveis na área é de 0,3%. “Até 0,99% é aceitável pelo Ministério da Saúde. A partir de 1 a 3,9% é sinal de alerta (médio risco). Alto risco é maior que 4% (risco de transmissão)”, disse.

Segundo Geraldo Moreira, a fiscalização só não chegou a 100% porque os agentes não têm autorização para entrar nos imóveis sem autorização. “Continuaremos intensificando as ações nos locais de maior incidência, como o bairro São José, já que basta um local para gerar risco à população”, disse.

Para o supervisor geral da Vigilância Ambiental da capital, Rômulo Nascimento, em áreas como o bairro São José, onde há alta concentração de casas à margem do rio e se constata acúmulo de materiais capazes de armazenar água parada, como sucatas e produtos para reciclagem, que é um meio comum de sobrevivência de moradores da localidade, é preciso haver uma intensificação do controle dos focos da dengue.

Uma das fiscalizações do Plano de Contingência contra a dengue foi realizada ontem no bairro, por 16 agentes de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, que percorreram as ruas, de casa em casa, conscientizando a população sobre os cuidados contra o mosquito transmissor da dengue, entregando panfletos à população e localizando focos.

"A grande maioria dos focos de dengue, aproximadamente 80%, são encontrados nas residências e prédios privados. Por isso temos que criar estratégias para que a mensagem de combate chegue até a população da maneira mais eficiente possível", explica Talita Tavares, diretora de Vigilância à Saúde da SMS.

Vítima da dengue seis anos atrás, o aposentado morador do bairro São José José Francisco de Pontes, 88 anos, questionou a eficiência de campanhas dessa natureza. “O controle dos focos da dengue quem faz é a população. Passar uma vez ou outra só não vai resolver. Acho que quem já teve dengue ou conhece alguém que teve tem muita consciência e é isso que diminuiu o número de casos no bairro”, disse.

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Jornal da Paraíba

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