ECONOMIA
Empresários garantem repasse de benefícios para o consumidor
Logo após o anúncio do governo, varejistas já anunciavam redução.
Publicado em 02/12/2011 às 8:00
As medidas de incentivo ao consumo anunciadas ontem pelo governo chegarão imediatamente aos consumidores. É o que garantem empresários do setor de varejo entrevistados pela Agência Brasil. Empresário do setor de eletrodoméscitos Waldemir Dantas, por exemplo, estima que os preços serão alterados a partir de hoje, em plena venda do Natal.
“Com certeza, tudo isso deverá ser repassado da indústria para o varejo imediatamente. Mas foi bom porque o ano para a indústria estava muito difícil”, avaliou. Para ele, as medidas de estímulo à indústria da chamada linha branca – fogões, geladeiras e máquinas de lavar – mostram que o governo está “superantenado” com a crise e vem tomando decisões rápidas.
Logo após o anúncio do governo, varejistas já anunciavam redução. O Walmart disse que repassará integralmente a queda do tributo. O Grupo Pão de Açúcar e o Magazine Luiza também.
Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, disse que as medidas trarão um efeito muito rápido para o setor. Para ela, o governo tem tomado medidas “cautelosas e pontuais” ao reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da linha branca. Luiza acredita que, como a linha marrom – aparelhos de TV, som e eletroeletrônicos – não tem o imposto reduzido, foi uma boa alternativa lançar mão de medidas que atingem a linha branca, beneficiando, assim, o varejo.
“No varejo, vamos reagir imediatamente e amanhã já faremos propagandas sobre a redução, nas rádios, nas televisões, em encartes de jornais. É só o tempo que dá para gravar e publicar.
A gente espera que a indústria faça o que foi acordado”, enfatizou. Luiza Trajano disse ainda que, mesmo com as vendas de dezembro representando 30% do resultado do varejo no ano, as medidas são importantes porque terão um efeito psicológico para o consumidor, com efeitos no bolso, devido à redução de impostos no consumo.
"As medidas anunciadas pelo governo vão trazer grandes benefícios ao consumidor. O Grupo Pão de Açúcar irá aplicar as reduções imediatamente e de maneira integral. Essa iniciativa, somada às melhores condições de financiamento e ao aumento da renda, deve contribuir com as vendas do varejo e, sobretudo, para que o consumidor brasileiro tenha acesso a produtos mais modernos, eficientes, com mais economia e baseado em um consumo e crédito sustentável", relata Enéas Pestana, presidente da empresa.
De acordo com o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, embora dezembro seja um mês bom, devido às festas natalinas, este ano as vendas não seriam tão aquecidas sem as medidas. Agora, a expectativa do setor é que as vendas comecem fortes no varejo já no primeiro dia do mês e devam se prolongar até o início de 2012.
“Nossa preocupação maior era como começar o ano, principalmente janeiro e fevereiro, quando tem o Carnaval. Esse é sempre um mês [fevereiro] difícil. Com a crise, imaginávamos [a situação] um pouco mais difícil. Com isso, acho que o primeiro trimestre vai ser forte”, comemorou Kiçula.
Contudo, a desoneração de geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos entre dezembro e março deve baratear os produtos, elevar as vendas e estimular a produção, mas qual será a queda dos preços e o impacto total para a indústria, porém, é incerto. A redução do IPI para o varejo é imediata, mas o repasse para o preço dependerá de cada lojista.
"Além do IPI menor, vamos aproveitar para dar um desconto, vender um pouco mais e trazer mais gente para a loja", disse o vice-presidente de varejo do grupo Walmart, Jose Roberto Tambasco.
Para o consultor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) Julio Gomes de Almeida, o pacote de estímulo do governo, somado à redução dos juros, deve elevar a taxa de crescimento da indústria no próximo ano de 3% para 4%.
Já para Wemerson França, economista da LCA Consultores, a redução do IPI deve antecipar compras previstas para todo o ano de 2012: "Não se pode garantir que as medidas gerarão crescimento".
CRÉDITO DE R$ 5 BI
A Caixa Econômica Federal anunciou hoje que vai liberar R$ 5 bilhões de crédito para aquisição de eletrodomésticos, móveis, eletroeletrônicos e outros bens de consumo. A medida segue as ações de incentivo ao crédito, investimentos e consumo, divulgadas pelo Ministério da Fazenda.
As linhas de crédito incluem o financiamento de eletrodomésticos como fogões, geladeiras e lavadoras de roupa, em até 24 meses.
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