ECONOMIA
Concorrência cresce entre informais
Carnaval aquece vendas entre comerciantes informais, que chegam a faturar até R$ 2 mil no período.
Publicado em 14/02/2012 às 6:30
O comércio informal ganha corpo durante o pré-Carnaval do 'Folia de Rua' em João Pessoa. E alguns comerciantes de bebidas, adereços, churrasquinhos e outros itens fazem deste tipo de atividade o principal sustento da família. Para isso, buscam nas festas nordestinas rendimentos que garantem cerca de R$ 2 mil em um mês "quando tem festa boa", revelam.
É o caso do vendedor Paulo Ricardo, de 38 anos, que deixa a família no Recife e vem à capital paraibana em dias de festa, junto com mais dois amigos, trazendo chapéu, apitos e luzes para vender aos foliões da cidade. "A gente põe as coisas no carro e sai batendo até o Ceará em busca de cliente nestes carnavais", explicou.
Quando a noite é boa, Paulo diz ser possível lucrar R$ 300,00.
Mas ele revela que seu objetivo é mesmo montar seu comércio e poder se sustentar "sem a vida difícil de viver viajando pela estrada".
Situação semelhante é a do comerciante paraibano Sérgio Araújo, de 36 anos. Com sua barraca de bebidas, cachorro quente e churrasquinho, ele percorre o Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e o interior da Paraíba.
Lembrando das vendas de 2011 no Folia de Rua, Sérgio diz que a concorrência tem diminuído seus lucros. "Eu tirava R$ 800,00 em dia de bloco, hoje estou tirando cerca de R$ 400,00", lamentou o vendedor. Precisando fazer viagens cada vez mais longas para conseguir bom retorno, Sérgio revela o desejo de um dia montar um depósito de bebidas e "poder viver mais sossegado".
Dono de uma lanchonete no Mercado da Torre, em João Pessoa, Jaime César aproveita os dias de festa na cidade para "ganhar dinheiro e se distrair". O pipoqueiro relata que, ao preço de R$ 2,00, vende cerca de 150 pacotes de pipoca e batata frita que lhe garantem aproximadamente R$ 70,00 de lucro.
Já com seu isopor, o vendedor Felipe Rodrigues sai de Alhandra, no litoral sul do Estado, quando coincide de ter festa na capital e de "estar disposto" para ganhar um dinheiro extra com a venda de cerveja, refrigerane e água. O valor não é muito, cerca de R$ 200,00 por noite, mas "o suficiente para movimentar o bolso, já que estou desempregado".
E a receita para transformar o comércio informal em um bom negócio, segundo o secretário de Desenvolvimento Sustentável da Produção, Raimundo Nunes, é ter "habilidade e vocação".
Muitas pessoas não sabem que podem ter um bom empreendimento até se dispor a realizá-lo. "A microempresa é o melhor lugar para aprender a ser empresário, lá é preciso controlar tudo e quem tiver habilidade e vocação para a coisa vai se dar bem", ensina o secretário.
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