VIDA URBANA
Detentos fazem greve de fome em cadeia
Presos estariam insatisfeitos com superlotação e proibição da entrada de refeições que não sejam as fornecidas pelo Governo do Estado.
Publicado em 31/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 20/06/2023 às 11:58
Insatisfeitos com a superlotação e com a proibição de receber refeições que não sejam as fornecidas pelo Governo do Estado, os presos da cadeia pública de Remígio, no Agreste paraibano, fizeram greve de fome entre a última terça e quarta-feira para chamar atenção e cobrar soluções para as reivindicações. De acordo com a direção, a cadeia tem espaço para 24 presos, mas hoje abriga o dobro dessa capacidade, ou seja, 48 detentos.
De acordo com o diretor da cadeia, Valdeci Ribeiro, os presos iniciaram a greve na tarde de terça-feira e só voltaram a comer na noite do dia seguinte. “Eles estão insatisfeitos porque eram mal acostumados. Antes, havia regalias e eles podiam receber refeições trazidas por qualquer pessoa, mas nós acabamos com isso, pois, como é determinado pelo governo para toda a Paraíba, nas unidades prisionais em que há cozinha as refeições só podem ser fornecidas pelo Governo do Estado”, explicou o diretor.
Sobre a superlotação na unidade, o diretor disse que essa realidade não é exclusiva de Remígio ou da Paraíba, mas sim um problema nacional. “Infelizmente esse não é um problema só nosso. Assim como fazemos em Remígio, a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado (Seap) tem feito o que pode para minimizar os problemas decorrentes da falta de vagas no sistema prisional”, afirmou.
Sobre a informação de que um preso passou mal por conta da greve, o diretor informou que o detento passou mal não pela falta de comida, mas sim por que tem problemas de gastrite. Segundo Valdeci, o preso recebeu atendimento médico e passa bem.
Depois de 24 horas de greve, os presos voltaram a aceitar a alimentação fornecida pelo Governo do Estado. De acordo com o diretor, a juíza da comarca de Remígio também foi colocada a par da greve de fome que, segundo ele, transcorreu sem nenhum problema mais sério. Conforme o diretor, a juíza já havia sido informada sobre a proibição de entrada de alimentos e já havia decidido que ela será mantida. A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA tentou entrar em contato com o secretário de Administração Penitenciária, Walber Virgolino, mas ele não foi localizado para comentar o assunto.
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