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CULTURA

Morre aos 85 anos o ator e diretor Oswaldo Loureiro

Ator fez mais de 140 peças teatrais e mais de 30 novelas na Globo.

Publicado em 03/02/2018 às 12:20 | Atualizado em 03/02/2018 às 15:19


                                        
                                            Morre aos 85 anos o ator e diretor Oswaldo Loureiro

				
					Morre aos 85 anos o ator e diretor Oswaldo Loureiro

Morreu neste sábado (3), aos 85 anos, o ator e diretor Oswaldo Loureiro Filho. Nascido em família de artistas, Oswaldo Loureiro ingressou no teatro ainda criança, fazendo mais de 140 peças. Transitou pelo cinema, mas consagrou sua carreira na teledramaturgia. O ator sofria de Mal de Alzheimer.

Oswaldo Loureiro atuou em mais de vinte novelas na Globo, entre elas Sangue e Areia (1968) e Véu de Noiva (1969), de Janete Clair, Roque Santeiro (1985), de Dias Gomes, e Que Rei sou Eu? (1989), de Cassiano Gabus Mendes. Como diretor, colaborou com o seriado O Bem-Amado (1980-1985), o humorístico Os Trapalhões (1982-1988), e o programa de variedades Batalha dos Astros (1983).

Primeiros passos

Oswaldo Loureiro nasceu no Rio de Janeiro, em 24 de julho de 1932. Ainda criança, atuou em alguns filmes, como O Brasileiro João de Souza, É Proibido Sonhar, e Romance Proibido, gravados em 1944, quando Oswaldo sequer tinha completado dez anos de idade.

Mas foi nos anos 1950 em que o jovem se decidiu mesmo pelo teatro, quando ingressou na companhia de Henriette Morineau. Em entrevista para o Jornal Hoje, em 1979, ele se disse muito orgulhoso por ter começado no teatro profissional atuando em uma peça de Nelson Rodrigues: “Vestido de Noiva era um clássico da dramaturgia brasileira, que o Nelson Rodrigues conseguiu fazer possivelmente a peça mais importante do nosso teatro, o que para mim foi uma sorte muito grande.”

Em 1956, integrou o elenco de Otelo, de William Shakespeare, pela Companhia Tônia-Celi-Autran, CTCA, com direção de Adolfo Celi. Na década seguinte, atuou nos espetáculos Com a Pulga Atrás da Orelha, de Georges Feydeau, Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues, A Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht, Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar.

Nessa época, estreou na televisão: em 1964, atuou em O Direito de Nascer, da TV Tupi. Em 1968, Oswaldo Loureiro integrou uma das primeiras turmas de atores da Globo. Começou interpretando o ranzinza Antônio, em Sangue e Areia, casado com Encarnación, vivida por Neuza Amaral. Seguido pelo mecânico Chico, em Véu de Noiva; e do ambicioso Otávio, em Corrida do Ouro (1974), escrita por Lauro César Muniz.

No teatro, nos anos 1970, Oswaldo viveu os protagonistas Ceronte, do espetáculo Gota D’água, de Chico Buarque;  Cristal, em A Longa Noite de Cristal, de Vianinha; e o Paco de Dois Perdidos Numa Noite Suja, de Plínio Marcos.

Na Globo, estreou como diretor de televisão, à frente da novela das 19h, Cuca Legal, escrita por Marcos Rey. O argumento do folhetim se baseava na peça Boeing-Boeing, do autor francês Marc Camoletti, e foi escrito por Oswaldo Loureiro e Paulo Pontes. Cuca Legal contava as aventuras de Mário Barroso (Francisco Cuoco), um aviador solteirão que tentava se decidir entre três mulheres, com quem estava envolvido: Virgínia (Françoise Fourton), Irene (Suely Franco) e Fátima (Yoná Magalhães).

Luta sindical

Nos anos 1980, engajou-se na luta sindical pelo reconhecimento da profissão de ator e em defesa da liberdade de expressão – Loureiro chegou, inclusive, a ser presidente do Sindicato dos Artistas. Em dezembro de 1983, quando o elenco da peça Vargas aguardava pela decisão do governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, sobre a manutenção do espetáculo em cartaz na cidade, Loureiro foi firme ao dizer que a situação era um boicote político. Na época, o musical escrito por Dias Gomes e Ferreira Gullar levara milhares de pessoas ao teatro, e empregara 70 profissionais.

Naquele ano, Oswaldo também ganhou o troféu Mambembe de Melhor Ator, pela atuação na comédia Motel Paradiso, onde interpretava um banqueiro inescrupuloso, dirigido por Juca de Oliveira.

Imagem

Angélica Nunes

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