COTIDIANO
PM é preso suspeito de matar cinco pessoas
Cabo da PM foi preso nesta quarta-feira (8) como principal suspeito de matar travestis, no sertão. Ele foi reconhecido por uma vítima que sobreviveu.
Publicado em 09/02/2012 às 6:30
Um cabo da Polícia Militar da Paraíba lotado no 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM) de Patos, no Sertão do Estado, foi preso ontem à tarde acusado de matar travestis e garotas de programa no município. José Jorlânio Nunes de Lima foi detido quando estava em serviço no município de São Bento, em cumprimento a um mandado de prisão temporária de 30 dias expedido pela Justiça. O militar é acusado de cometer pelo menos cinco assassinatos e uma tentativa de homicídio em Patos, nos anos de 2010 e 2011.
Todas as vítimas, segundo a polícia, tinham o mesmo perfil: uma delas era garota de programa e as demais travestis que costumavam fazer programas em uma localidade conhecida como “campo da buraqueira”. A investigação da Polícia Civil teve início depois que uma vítima de tentativa de homicídio conseguiu identificar o acusado e prestou depoimento à polícia.
Ontem à tarde, na casa de José Jorlânio Nunes, os policiais apreenderam carregadores de armas, munições deflagradas, DVDs e materiais pornográficos. “Além do depoimento dessa vítima, nós já vínhamos investigando o acusado porque ele já tinha sido visto nas imediações onde as vítimas estavam sendo executadas. A atuação dele era sempre da mesma forma, muito parecida com a de um serial killer e de grupos de extermínio”, relatou o delegado de Homicídios de Patos, Hugo Lucena.
Segundo ele, será feito um exame balístico entre as armas e munições apreendidas com o acusado e os projéteis encontrados no corpo das vítimas. De acordo com a polícia, o cabo se aproximava das vítimas e atirava na cabeça, sem dar chances de defesa. No depoimento de um dos sobreviventes à polícia ele afirmou que depois de efetuar os tiros, o militar teria dito que “agora só falta acabar com o resto”, indicando que o acusado planejava realizar outras execuções. “Ele foi reconhecido pela vítima, cujo nome iremos manter em sigilo até mesmo por uma questão de segurança de sua própria vida”, acrescentou.
A ação policial foi batizada de 'Carcará', em alusão à forma como o acusado estaria agindo. “Eram hábitos semelhantes realmente aos de um predador, que ele utilizava para executar as vítimas. Com isso nós fortalecemos o combate aos crimes de homofobia”, lembrou.
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