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VIDA URBANA

MPF aguarda relatório do Ibama para iniciar investigação sobre soda cáustica no Rio Gramame

Preocupação é a situação das comunidades que dependem da pesca para o sustento.

Publicado em 15/02/2018 às 15:52 | Atualizado em 15/02/2018 às 17:11


                                        
                                            MPF aguarda relatório do Ibama para iniciar investigação sobre soda cáustica no Rio Gramame

				
					MPF aguarda relatório do Ibama para iniciar investigação sobre soda cáustica no Rio Gramame

O Ministério Público Federal (MPF) está esperando o resultado de um levantamento feito pelo Ibama para investigar o vazamento de 40 mil litros de soda cáustica (hidróxido de sódio) no Rio Gramame na sexta-feira (9). De acordo com o procurador da República, José Godoy, informou nesta quinta-feira (15), o MPF solicitou ainda no sábado (10) que Ibama, Sudema e Polícia Federal realizassem perícias no local e apresentassem ao órgão.

"Nós fizemos esse ofício exatamente no sábado porque havia uma preocupação dos danos ambientais. Tem que ser tudo rápido para não perder as provas e saber da eventual existência de danos econômicos e principalmente ao meio ambiente", afirma.

Uma das maiores preocupações do MPF é a situação das comunidades ribeirinhas que foram atingidas no seu sustento devido a situação do rio. Segundo o procurador, não há notícias de pessoas que tenham sofrido danos corporais."Nossa maior preocupação é que as pessoas possam ter perdido sua forma de sustento, queremos ter acesso a extensão dos danos. Por isso nossa necessidade de realizar um levantamento sobre esse anglo, das famílias que dependem do rio na regiao do Baixo Gramame até a praia onde o rio tem sua foz", destaca.

Ainda de acordo com informações do MPF, ainda não há uma data definida para divulgar o relatório de monitoramento do rio, o órgão ainda aguarda o resultado do Ibama.

Comunidades ribeirinhas

Os pescadores reclamam sobre as consequências do vazamento de soda cáustica no rio Gramame. Segundo eles, a falta de oxigenação no rio e a grande quantidade de peixes mortos, impossibilitam o pescado na região.

"Infelizmente continuamos sem pescar e sem fazer nada em todos os sentidos. Não temos condições de tirar nossa alimentação do Gramame. Depois dessa poluição estava até melhorando, mas após o vazamento acabou de vez", afirma o pescador Sérgio Silva. Ainda de acordo com o pescador, alguns moradores da região estão se reunindo para ver uma maneira para cobrar melhorias.

Preocupados com a situação dos moradores da região, a Defesa Civil de João Pessoa juntamente com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) realizaram nesta quinta-feira (15) o cadastramento de 25 famílias de pescadores atingidas pelo acidente da Estação de Tratamento de Gramame da Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa).

Além do cadastramento das famílias, que receberão atendimento assistencial, a Sedes entregou cestas básicas aos atingidios, o que beneficiou cerca de 100 pessoas. De acordo com o secretário de Deseolvimento Social, Eduardo Pedrosa, as famílias ribeirinhas estavam passando necessidades diante da situação da morte dos peixes no rio. "Era uma forma deles se sustentarem. Diante da situação de vulnerabilidade, distribuímos cesta básica como forma de amenizar a dor, até que o órgão responsável pelo vazamento tome as providências", afirma.

Através dos dados fornecidos pelas famílias cadastradas, a Sedes e a Defesa Civil continuarão monitorando a situação dos moradores da região.

Cagepa está monitorando rio diariamente

Em nota, a Cagepa afirma que a água do Rio Gramame se encontra dentro dos padrões permitido para o uso humano e animal desde o sábado. De acordo com o órgão, logo após o acidente, técnicos da Gerência de Controle e Qualidade passaram a realizar, diariamente, o monitoramento do rio. Os testes mostraram que o pH da água está em 6,8, dentro dos padrões permitidos que podem variar de 6 a 9,5.

O diretor de Operação e Qualidade da Cagepa, José Mota Victor, afirmou que ainda na sexta-feira houve uma explosão no tanque de hidróxido de sódio e uma parte vazou no rio. "Esse produto químico realmente foi parar no rio, mas não pode ser considerado uma quantidade muito grande. Nós calculamos que tínhamos aproximadamente 40 mil litros no tanque. Ele rompeu e um terço ficou na parte do tanque, outra parte no muro de contenção, que já é preparado para vazamento, e a outra parte ficou derramado no gramado da Estação de Tratamento de Água [ETA]". A Cagepa calcula que 8 mil litros caíram no Gramame.

Ainda de acordo com José Mota Victor, não é possível calcular a quantidade de peixes mortos no rio. "Não podemos afirmar que existe uma quantidade considerável de peixes mortos. O impacto foi tão pouco que o pessoal da região continuam pescando normalmente, justamente porque não existe problema".

A Cagepa garante que não houve impacto na água que é distribuída pelo órgão.

Moradores fazem petição online

Um grupo de entidades que pedem #SalveOGramame iniciou uma petição online para que a população possa garantir uma ação civil pública promovida pelo MPF e o ressarcimento e punição para os responsáveis.

Imagem

Joana Rosa

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