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ECONOMIA

Trabalhadores negros têm salários menores

Para Dieese, movimentos sociais negros e o movimento sindical precisam fomentar mudanças reais nessa realidade.

Publicado em 27/05/2012 às 8:00

A remuneração salarial média de trabalhadores negros na Paraíba só alcança 60,44% da remuneração paga aos não negros. Esse é apenas um dos dados negativos dentro de uma série de outros da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada em 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o coordenador do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese) no estado, Renato Silva de Assis, os movimentos sociais negros e o movimento sindical precisam avançar da fase da discussão e fomentar mudanças reais nessa realidade.

Silva apresentou os dados na tarde da última terça-feira no auditório do Sinttel, durante o painel 'Trabalhadoras/es negras/os no mercado de trabalho paraibano', dentro da programação do Seminário Movimento Sindical Paraibano na Promoção da Igualdade Racial, promovido pela CUT-PB e pelo Fórum Paraibano de Promoção da Igualdade Racial (FOPPIR).

O trabalhador negro, segundo o Dieese-PB, está mais presente em setores específicos do mercado de trabalho, especialmente na agricultura e na prestação de serviços domésticos. Esse tipo de concentração da população negra em determinados setores da economia e do mercado de trabalho é definida pela pesquisador como “segregação ocupacional”. “É como se mulheres e homens negros não pudessem estar atuando noutros campos de ocupação, o que demonstra o caráter perverso desse tipo de segregação da mão de obra na economia paraibana”, comenta Renato Silva.

Segundo os dados do Dieese, a população economicamente ativa paraibana é de 1,68 milhão de habitantes. Deste total, 65%, ou seja, 1,09 milhão é composta de negros e 589 mil de pessoas não negras, cerca de 35%. Pegando-se apenas os trabalhadores considerados “ocupados”, a Paraíba possui 1,54 milhão de trabalhadores, sendo que destes, 1.005 são negros, algo em torno dos 65,3%.

Outro dado revelador: dos atuais 138 mil trabalhadores desempregados na Paraíba, 89 mil deles são negros.

Trabalhadores não-negros nessa condição são 48.684 mil. Em relação ao aspecto da informalidade, existem atualmente 684.130 cidadãos afrodescendentes ocupados em empregos informais. O total de trabalhadores não negros na informalidade é de 316.208.

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Jornal da Paraíba

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