ECONOMIA
CG mantém alta inadimplência
Número de inadimplentes em Campina Grande passou de 1.220, em julho do ano passado para 1.415, em julho deste ano, alta de 15,09%.
Publicado em 09/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 15:21
Apesar de apresentar desaceleração em João Pessoa, a inadimplência registrada no mês passado manteve alta em Campina Grande e deve prejudicar as vendas para o Dia dos Pais.
O número de consumidores que ficaram com o nome sujo em Campina Grande passou de 1.220, em julho do ano passado para 1.415, em julho deste ano, alta de 15,09%. Em João Pessoa, o volume de consumidores com cadastro no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) no mesmo período passou de 2.969 (2012) para 3.069 (2013), crescimento de 3,38%. Os dados são do SPC e Câmara de Dirigentes Lojistas de Campina Grande (CDL-CG).
No mês de junho, a inadimplência que havia chegado a 29,3% em João Pessoa desacelerou em julho. Já Campina Grande manteve o mesmo índice de junho (15%).
Já no acumulado dos últimos sete meses, o destaque vai para Campina Grande. A cidade registrou 7.855 inadimplentes neste período em 2012 e subiu para 9.693 devedores este ano, elevação de 23,39%. Já a capital paraibana apresentou uma estabilidade no acumulado deste ano, caindo de 18.269 compradores com nome no SPC (2012) para 18.177 inadimplentes (2013), uma leve queda de 0,05%.
Em julho do ano passado, 1.942 compradores pessoenses conseguiram reaver seus créditos e no mês passado este número foi de 2.031 consumidores, oscilação de apenas +0,45%.
Já nos primeiros sete meses de 2012, foram excluídos do SPC 12.469 pessoas e até julho de 2013 foram 11.028, queda de 13,06%.
Em Campina Grande, 705 pessoas foram excluídas dos cadastros de devedores em julho de 2012 e no mesmo período deste ano foram 762, o que representa uma queda de 8,08%.
Nos últimos sete meses de 2012, 5.434 consumidores conseguiram “limpar o nome” e este ano foram 5.027, alta de 8,09%.
Segundo o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-JP), Artur Melo de Almeida, toda inadimplência é negativa para o comércio e estes dados podem interferir nas compras para o Dia dos Pais, comemorado no próximo domingo. “Este ano, nossa estimativa é que a data traga um incremento de 4% nas vendas do comércio, mas a inadimplência, via de regra, é ruim para todos e pode sim interferir na compra dos presentes para os pais”.
O diretor do SPC em João Pessoa, Lindembergh Vieira, afirmou que as compras com longos parcelamentos contribuem para o aumento no número de devedores. Segundo ele, esta parcela da população tem que enfrentar juros altos ao mês quando não consegue quitar suas contas com cartão de crédito ou cheque especial. “Os juros mensais do cartão de crédito variam de 18% a 22% ao mês para quem não consegue pagar e isso fica impossível de se praticar. Atualmente, 85% das compras do varejo são realizadas com cartão”, frisou.
O presidente da CDL-CG, Tito Motta, afirmou que a inadimplência significa menos gente comprando no comércio. “Esperamos um crescimento nominal (incluí a inflação) de 7% para o Dia dos Pais.
Mas o número de devedores no comércio compromete as compras para a data”. Ao analisar os dados de Campina Grande, Tito Motta afirma que os calotes registrados no comércio podem estar associados à conjuntura econômica. “Com a alta da inflação e facilidade de crédito, as pessoas que não tiveram uma boa educação financeira descontrolaram suas finanças. O salário real, que vinha crescendo, foi perdendo força com a alta da inflação”, explicou.
PRESENTE DOS PAIS É 60% DO VALOR DAS MÃES
O presidente da FCDL-PB, Artur Melo de Almeida, afirmou que, independente do número de devedores no comércio, o Dia dos Pais não é uma data muito representativa para o setor. Segundo ele, o ticket médio para o consumidor é de 60% do que é gasto no Dia das Mães, data bem mais rentável para os lojistas. “Isso pode ter várias explicações. A ligação maior dos filhos com as mães, o homem tem geralmente uma renda maior do que a esposa no mercado de trabalho e pode suprir suas necessidades, daí a escolha para data não ser um presente muito caro. Há também casos em que o próprio pai dá o dinheiro ao filho para fazer a compra”, disse.
Outro fator que contribui para a redução do investimento para o Dia dos Pais é o perfil de presentes. Na lista de opções se excluem produtos como eletrodoméstico, e a preferência é por vestuário (43,75%), perfume (11,93%) e calçados (9,09%).
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