Geraldo diz que Câmara de JP ajudou para descrença dos políticos em 2010

Phelipe Caldas

O vereador pessoense Geraldo Amorim (PDT) fazia nesta terça-feira (29) uma avaliação política sobre o ano de 2010 quando, em entrevista à Rede Paraíba Sat, disse que a Câmara Municipal de João Pessoa ajudou para a descrença da classe política no Estado. Ele explicou que uma pesquisa recente da Folha de São Paulo revelou que a grande maioria da população não acredita nos políticos e citou como “mal exemplo” do parlamento pessoense neste ano a antecipação das eleições internas da sua mesa diretora.

“Foi uma antecipação absurda e imoral. Os vereadores mudaram a constituição e o regimento interno da Câmara de João Pessoa apenas para autorizarem esta excrescência, mas não souberam dar uma única razão para justificar a medida”, destacou, lembrando que foi o único parlamentar contra a antecipação. “Naquela ocasião eu fiquei mal com os colegas vereadores, mas fiquei bem com meus eleitores e com minha consciência”, frisou.

Para Geraldo, portanto, é até compreensível que a população comum não acredite muito nos políticos que ajudaram a eleger. “Tem muito vereador que trabalha e que tem uma boa produção parlamentar. Mas antes de votar uma matéria é importante respeitar o eleitor e tentar se colocar no lugar dele”, destacou.

Ainda mantendo um tom crítico com relação ao Poder Legislativo municipal, o vereador disse que em várias sessões do ano esteve sozinho no plenário da Casa. “Muitas vezes eu estive sozinho. Era o único presente na sessão e me perguntava se todos os faltosos é quem estavam certos. O problema é que isto ajuda a um certo descrédito político”, lamenta.

Voltando a falar das manobras feitas para que a antecipação da eleição interna fosse feita, o vereador lembrou que tem projeto dele que demora seis meses em tramitação e não chega nem mesmo a ser votado. Mas que em compensação o “rolo compressor da reeleição de Durval Ferreira (PP)” foi aprovado em apenas uma semana.

Ao longo da entrevista, quando já respondia as perguntas feitas pelos ouvintes da rádio, ele foi questionado sobre qual nota daria ao parlamento pessoense em 2010. A resposta foi intrigante: "Eu já estou tão mal visto com meus colegas de Câmara que é melhor eu não dar nenhuma nota".